Encontro pode destravar impasse sobre aumento de 50% nas tarifas de exportação brasileira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (25), em entrevista à imprensa na Malásia, que aguarda uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir uma solução ao aumento das tarifas de importação norte-americanas sobre produtos brasileiros. A expectativa é que os dois líderes se encontrem neste domingo (26), durante a 47ª cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur.
“Espero que role. Eu vim aqui e estou à disposição para que a gente possa encontrar uma solução”, disse Lula a jornalistas em frente ao hotel onde está hospedado, ao lado da comitiva brasileira. Ele ressaltou que nenhuma das partes impôs exigências até o momento, e que acredita em uma negociação direta: “Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Pode ficar certo que vai ter uma solução.”
Desde agosto, os EUA aplicam um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, afetando diretamente o agronegócio e setores da indústria. A medida tem causado tensão comercial e prejuízos bilionários ao Brasil.
Trump sinaliza abertura para negociar tarifas
A caminho da Malásia, a bordo do Air Force One, Trump declarou pela primeira vez que pode considerar a redução das tarifas impostas ao Brasil. “Sim, sob as circunstâncias certas, com certeza”, afirmou o presidente norte-americano, indicando disposição para negociar.
Ele também confirmou a possibilidade do encontro com Lula: “Acho que vamos nos encontrar novamente. Nós nos encontraremos brevemente nas Nações Unidas.” Apesar da menção à ONU, a reunião deverá ocorrer ainda neste domingo, na capital malaia.
Interesses em jogo: agricultura, diplomacia e comércio exterior
O Brasil busca reverter o tarifaço com urgência, especialmente por conta da pressão de exportadores nacionais. O Itamaraty aposta no diálogo direto entre Lula e Trump para destravar o impasse e evitar que o litígio chegue a instâncias mais duras, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Por outro lado, o gesto de Trump também pode ter conotações políticas: a aproximação com o Brasil pode ser estratégica em meio ao cenário eleitoral norte-americano e às críticas de setores industriais dos EUA que dependem de insumos brasileiros.
Desfecho pode vir nas próximas horas
Com o encontro previsto para este domingo, cresce a expectativa por um acordo ou, ao menos, por avanços nas tratativas. A equipe econômica brasileira acompanha de perto, na esperança de que a diplomacia resolva o impasse antes de maiores perdas.
Leia também
- Exportadores brasileiros pressionam governo por resposta ao tarifaço
- O que muda para o agronegócio com as novas tarifas dos EUA?
- Histórico de relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos
Gostou da matéria? Acompanhe nossas atualizações e compartilhe com sua rede! Queremos saber sua opinião: o que você acha da postura do Brasil nas negociações internacionais? Deixe seu comentário!
Fonte: Agência Brasil, Reuters.