Acordo Mercosul-União Europeia divide Europa: França e Polônia se opõem

Alemanha e Espanha celebram avanço histórico, mas agricultores franceses lideram resistência ao tratado.

O recente acordo entre o Mercosul e a União Europeia gerou reações divergentes entre os principais países europeus. Enquanto a Alemanha e a Espanha saudaram o término das negociações, a França, a Polônia e a Itália expressaram forte oposição, preocupadas principalmente com os impactos sobre seus agricultores.

O chanceler alemão Olaf Scholz destacou a importância do acordo, que levará à criação de um mercado integrado de 700 milhões de consumidores. Segundo Scholz, o tratado impulsionará o crescimento e a competitividade na Europa. Em linha semelhante, o presidente espanhol Pedro Sánchez classificou o acordo como “histórico”, afirmando que ele fortalecerá as relações comerciais e a prosperidade entre os dois blocos.

Por outro lado, a França, tradicional defensora de seus agricultores, promete barrar o avanço do acordo. A ministra de Comércio Exterior francesa, Sophie Primas, ressaltou que a aprovação ainda depende de instâncias como o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu, e reafirmou que o país lutará contra o tratado em cada etapa. A Polônia e a Itália também se alinham à oposição, preocupadas com os possíveis impactos no setor agrícola.

O desfecho das negociações, no entanto, foi celebrado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como uma conquista estratégica para a Europa. Ela destacou que o acordo beneficiará não apenas grandes corporações, mas também pequenas e médias empresas, fortalecendo laços econômicos e políticos entre os dois blocos.

Apesar do avanço, o acordo ainda enfrenta um longo caminho até sua ratificação. A oposição de ao menos quatro países membros da União Europeia, que juntos representem 35% ou mais da população do bloco, poderia ser suficiente para impedir sua implementação.

Fonte: Agência Brasil