Deputados condenam atentado a bomba na Praça dos Três Poderes em Brasília

Parlamentares de diferentes partidos cobram investigação e responsabilização

Deputados da base governista e da oposição repudiaram o atentado a bomba ocorrido nesta quarta-feira (14) na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O ataque, que resultou na morte de Francisco Wanderley Luiz, autor da explosão autoprovocada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), gerou forte reação entre os parlamentares, que pedem esclarecimentos e punição para os envolvidos.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), declarou confiar nas investigações e ressaltou a necessidade de punição rigorosa caso seja comprovada motivação política para o ataque. Ele reafirmou seu apoio aos órgãos de segurança e às instituições do Estado.

Por outro lado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) negou qualquer vínculo entre o autor do atentado e o ex-presidente Jair Bolsonaro ou o Partido Liberal (PL). Segundo Eduardo, Francisco Wanderley Luiz chegou a ser candidato pelo PL, mas em um período em que Bolsonaro ainda não fazia parte da legenda. O parlamentar enfatizou que o autor do ato criminoso não demonstrava afinidade política com Bolsonaro ou Lula, adotando uma postura “isentona” em mensagens publicadas antes do atentado.

Líder da oposição, o deputado Filipe Barros (PL-PR), acusou parlamentares de esquerda de usarem o episódio para barrar o projeto de anistia a presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Segundo Barros, o ocorrido foi um suicídio e não uma tentativa de atentado contra as instituições.

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) ressaltou que o atentado reflete uma escalada de violência incentivada por grupos extremistas. “Esse episódio é consequência da naturalização de atos golpistas no país”, afirmou. Para Sâmia, é essencial vetar projetos de anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos e combater grupos de extrema-direita que incentivam esse tipo de comportamento.

Após o incidente, a Praça dos Três Poderes foi isolada, e a Câmara dos Deputados cancelou a sessão solene prevista para esta quinta-feira (14). No entanto, as comissões mantiveram uma audiência pública sobre a situação de professoras da educação infantil.

Conexão pessoal com o autor do ataque

O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) afirmou conhecer o autor do atentado, que era de sua cidade natal, Rio do Sul (SC). Goetten revelou que a última vez que conversou com Francisco Wanderley Luiz foi em maio de 2023, quando ele visitou seu gabinete em Brasília. O deputado expressou condolências à família e afirmou estar à disposição para prestar apoio neste momento de dor. Em nota, Goetten lamentou o ato violento e reiterou sua oposição a qualquer ação que coloque vidas em risco.

Fonte: Agência Câmara de Notícias