Abacaxi de Porto Grande Conquista Primeira Indicação Geográfica do Amapá

Registro reconhece a excelência do abacaxi produzido em Porto Grande e impulsiona a economia local

O município de Porto Grande, no Amapá, alcançou um marco histórico nesta terça-feira (26) ao obter a primeira Indicação Geográfica (IG) do estado, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O registro, na categoria Indicação de Procedência, destaca a qualidade e a reputação do abacaxi produzido na região, consolidando Porto Grande como referência nacional.

Com essa conquista, o Brasil chega ao total de 123 Indicações Geográficas, fortalecendo o reconhecimento de produtos com origens diferenciadas. O abacaxi de Porto Grande já havia sido declarado Patrimônio Imaterial do Estado e agora ganha um selo que agrega valor econômico e cultural ao produto.

Porto Grande: Polo do Abacaxi no Amapá

Localizado a 102 quilômetros de Macapá, Porto Grande é o maior produtor de abacaxi do Amapá, com uma estimativa de 12 milhões de pés plantados. A fruta, que é símbolo da economia local, também é celebrada em uma tradicional festa anual que reúne mais de 60 mil pessoas desde os anos 1990.

O processo para obtenção da IG começou em 2022, com o apoio do Sebrae, que contratou uma consultoria para estruturar a solicitação junto ao INPI. Segundo Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae Nacional, o trabalho envolveu a coleta de documentos que comprovassem a reputação de Porto Grande, a mobilização da comunidade e a articulação com diversos órgãos públicos e privados. O pedido foi protocolado em junho de 2023 e aprovado agora em novembro de 2024.

Diferencial Competitivo e Impacto Econômico

O selo de Indicação Geográfica é mais do que um reconhecimento simbólico. Ele confere um diferencial competitivo ao produto, aumentando sua valorização no mercado e abrindo portas para novos negócios. Hulda destaca que a IG traz benefícios não apenas para os produtores, mas também para o turismo da região. “Essa conquista atrai a atenção de visitantes, potencializando o turismo e incentivando o desenvolvimento econômico local”, afirma.

Além de destacar o abacaxi como produto de excelência, o registro pode inspirar outros municípios do Amapá a buscar certificações semelhantes. O Arquipélago do Bailique, conhecido pelo seu açaí, também foi identificado como um potencial candidato à IG em diagnósticos realizados pelo Sebrae.

Com o selo do INPI, o abacaxi de Porto Grande passa a ser reconhecido nacionalmente como um produto de origem diferenciada, fortalecendo a economia e promovendo o Amapá como um estado que valoriza sua riqueza cultural e produtiva.

Fonte: Carlos Abreu, Sebrae, INPI