Ecoturismo impulsiona pequenos negócios em comunidades tradicionais

Com apoio do Sebrae, quilombo Kalunga fortalece turismo sustentável na Chapada dos Veadeiros

O ecoturismo tem se consolidado como uma alternativa de desenvolvimento sustentável para comunidades tradicionais no Brasil. A Associação Kalunga Comunitária Engenho II (AKCE), localizada na Chapada dos Veadeiros (GO), é um exemplo de como o turismo ecológico pode preservar a cultura local e gerar renda para pequenos negócios.

O quilombo Kalunga, considerado o maior do Brasil, com 262 mil hectares e cerca de 9 mil habitantes, tem se destacado no turismo de base comunitária. A comunidade, preocupada com a preservação ambiental, assumiu a gestão turística do território para garantir o uso responsável dos recursos naturais. O reconhecimento veio em 2021, quando a ONU classificou a área como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do país.

Turismo como motor do desenvolvimento local

Com o apoio do Sebrae, a comunidade estruturou sua rede de turismo, que hoje conta com três atrativos naturais, quatro hospedagens, sete restaurantes, 19 transportadores turísticos e uma loja de artesanato e produtos locais. Além disso, a participação feminina no turismo Kalunga tem se destacado:

  • 100% dos restaurantes e 75% dos meios de hospedagem são gerenciados por mulheres
  • 42% dos condutores de turistas são mulheres

Os 403 condutores turísticos locais são responsáveis por interpretar a cultura e a história Kalunga para os visitantes. Recentemente, a comunidade incorporou uma nova experiência turística: rodas de conversa com os anciãos, que compartilham a trajetória e as lutas do quilombo.

Retorno econômico e impacto positivo

Entre 2020 e 2023, a comunidade Kalunga gerou quase R$ 12 milhões em receitas com turismo, investindo os recursos na melhoria do território e na experiência dos visitantes. Em 2023, o quilombo recebeu operadores turísticos do Chile e da Colômbia durante um famtour que integrou Brasília e a Chapada dos Veadeiros.

A gestora do turismo do Sebrae Goiás, Priscila Vilarinho, destaca que o modelo Kalunga serve de referência para outros destinos. “O turismo pode ser um grande aliado na preservação ambiental. Bonito (MS) é outro exemplo de como essa atividade pode transformar a economia de uma região”, afirma.

Polo Sebrae de Ecoturismo apoia negócios no setor

Com sede em Bonito (MS), o Polo Sebrae de Ecoturismo funciona como um centro de conhecimento e capacitação para empresários, profissionais e gestores públicos do setor. Segundo Telcio Barbosa, analista técnico do Sebrae Mato Grosso do Sul, o polo ajuda a estruturar e monitorar a atividade turística de forma sustentável, garantindo o equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias