
Exame identifica sinais da Fibrodisplasia Ossificante Progressiva na triagem neonatal
O exame clínico para identificar malformações características da Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP), doença rara e genética, passa a ser obrigatório na triagem neonatal de recém-nascidos. A medida será implementada em hospitais das redes pública e privada de saúde, com cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A obrigatoriedade foi estabelecida pela Lei nº 15.094, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 9 de janeiro de 2025.
A FOP, também chamada de Miosite Ossificante Progressiva, afeta aproximadamente uma pessoa a cada dois milhões, com um número estimado de quatro mil casos no mundo. A condição se caracteriza pela formação de ossos em músculos, tendões e outros tecidos, de forma progressiva, o que limita os movimentos e pode levar à imobilidade permanente.
Como a doença é identificada?
Um dos principais sinais da FOP são as malformações nos dedos maiores dos pés (hálux) que, em 50% dos casos, também afetam os polegares das mãos. Esse indicador é essencial para o diagnóstico precoce da doença e, por isso, será verificado no exame clínico obrigatório de recém-nascidos.
Além disso, outros sinais congênitos incluem a má formação da coluna cervical e alterações ósseas, como um colo do fêmur curto e espesso. O processo de ossificação anormal geralmente se manifesta entre os 0 e 5 anos, comprometendo movimentos no pescoço, ombros e membros, podendo dificultar a respiração e a alimentação.
Tratamento e assistência no SUS
Embora a FOP não tenha cura, o SUS oferece atendimento multiprofissional, medicamentos gratuitos e reabilitação para minimizar os impactos da doença. Corticoides e anti-inflamatórios são usados na fase aguda para conter inflamações. As crianças e adolescentes diagnosticados recebem assistência em hospitais-escola, universitários ou Centros Especializados em Reabilitação, presentes em todos os estados brasileiros.
A obrigatoriedade do exame neonatal amplia o acesso ao diagnóstico precoce e visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes com FOP, reforçando a importância do SUS como referência no atendimento a doenças raras.
Fonte: Agência Brasil.