Teste de DNA para detecção de HPV traz avanços no diagnóstico precoce de câncer de colo de útero

Estudo da Unicamp indica que o teste de DNA-HPV é quatro vezes mais eficaz na detecção de lesões pré-cancerosas, trazendo maior precisão ao rastreamento no SUS.

Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com a prefeitura de Indaiatuba (SP), trouxe resultados promissores para o combate ao câncer de colo de útero. A pesquisa, realizada entre 2017 e 2022, comparou o teste de DNA para detecção do HPV com o papanicolau, o exame tradicional. O teste de DNA mostrou-se até quatro vezes mais eficaz na detecção de lesões pré-cancerosas e permitiu a identificação de 83% dos casos de câncer em estágios iniciais.

A incorporação do teste de DNA-HPV ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e anunciada em março deste ano. Segundo o pesquisador Júlio Cesar Teixeira, diretor de oncologia do Hospital da Mulher da Unicamp, a tecnologia é “custo-efetiva” e possibilita uma cobertura de longo prazo, com a necessidade de repetição apenas a cada cinco anos quando o resultado é negativo. Essa abordagem reduz custos e aumenta a eficiência do sistema de saúde.

O estudo também destaca que, além de ser mais preciso, o teste de DNA permite o diagnóstico antecipado em até dez anos, possibilitando o tratamento preventivo e a redução de casos avançados da doença. A partir de 2025, o Ministério da Saúde deve começar a implementar a transição para o novo método de rastreamento em nível nacional, replicando o modelo utilizado em Indaiatuba.

A chegada do teste de DNA ao SUS representa um passo importante para um possível futuro sem câncer de colo de útero no Brasil. Em países como Austrália e Reino Unido, que adotaram a vacinação em massa contra o HPV e o teste de DNA como método de rastreamento, o câncer de colo de útero tornou-se um evento raro, com previsão de erradicação até 2038.

Fonte: Agência Brasil