Ano letivo não começa na rede estadual de ensino

greve-professoresMilhares de alunos da região de Cianorte tiveram suas férias prolongadas ontem (9) devido a greve geral dos professores e servidores da educação da rede estadual de ensino em razão de uma série de ações tomadas pelo governo estadual, que está sendo chamada pelos educadores de “Desmonte da Educação Pública.”

A decisão pela greve foi tomada no último sábado (7) durante Assembléia Geral da APP-sindicato em Guarapuava. Em todo o estado também foi realizado uma série de mobilizações com o intuito conscientizar a população sobre as reivindicações dos professores.

Na Capital do Vestuário também foi realizada uma mobilização no sábado. Cerca de 400 professores e funcionários da Educação, de Cianorte, Jussara, Japurá, Terra Boa e Rondon, estiveram reunidos na Praça 26 de Julho pela manhã. Durante o ato organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP Sindicato), os participantes usavam camisa preta em protesto e “luto pela educação”, além de carregarem faixas com reinvindicações da categoria. Eles também distribuíram panfletos para populares que passavam pelas avenidas e ruas centrais e fizeram um abaixo-assinado que foi entregue ao ex-vereador Antônio Marques, que estava no local representando o deputado estadual Jonas Guimarães.

O documento pede que os deputados votem contra as mensagens legislativas nº 001/2015 e 002/2015 que tiram vários benefícios dos professores. Os itens devem ser votados nesta semana na Assembleia Legislativa, em Curitiba.

Durante a manifestação no sábado, os professores e servidores, afirmaram estar apenas apresentando para a comunidade as razões pela qual a categoria está insatisfeita com medidas e ações adotadas pelo Governo Estadual, destacando a falta de repasse do Fundo Rotativo desde novembro de 2014. Segundo nota da APP-Sindicato as escolas de todo o estado estão com dívidas, por falta do repasse do recurso. Além disso, segundo a entidade, muitas escolas também estão sem merenda o que impossibilita o reinício das aulas.

De acordo com a nota divulgada, os protestos também estão ligados com a retirada de 10 mil funcionários das escolas feito pelo Governo Estadual que anunciou a demissão de 30% deles, incluindo merendeiras, pessoal da limpeza e administrativo. De acordo com a APP isso faz com que as escolas não tenham a estrutura necessária para receber os estudantes para o início do ano letivo.

Ainda de acordo com a APP, os servidores da educação também tem cobrado o governo pelo pagamento do auxílio alimentação dos funcionários de escolas; do 1/3 de férias devido aos educadores; a rescisão dos contratos de 29 mil professores contratados temporariamente através do Processo de Seleção Simplificada (PSS), entre outras.

RECEPÇÃO – Apesar das aulas não se reiniciarem nesta segunda-feira (09), os professores e servidores da educação que aderiram a greve geral estiveram nas escolas de Cianorte e região, recepcionando os pais e alunos que não sabiam da paralisação. Eles aproveitaram também para esclarecer sobre os motivos que culminaram com a deflagração da greve.

Com esta ação os profissionais da educação procuram mostrar para a comunidade que apesar da greve, todos continuam trabalhando sem deixar a educação de lado. Na maioria dos municípios os pais e alunos tem apoiado a atitude dos professores e servidores. “Achei ruim por já iniciar o ano letivo com greve, mas eu apóio os professores, por que eu acho que tá sendo mexido em coisas que eles já conquistaram há bastante tempo, não é uma reivindicação que eles tão fazendo agora, recente”, afirma João Pimentel, pai de um aluno do Colégio Estadual Cianorte.

Segundo o professor Aparecido da Silva “Nenhum professor e nenhum funcionário está contente parado. Nós queríamos estar na sala de aula com nossos alunos, mas isso foi impossibilitado neste início de ano.”, afirma. Ele esclarece que as mensagens legislativas nº 001/2015 e 002/2015, propondo mudanças no plano de carreira e corte de alguns benefícios dos educadores. “A lei que está chegando lá vai desmontar a carreira que foi conquistada ao longo de muitos anos não só dos professores, mas dos profissionais da educação.”, ressalta Aparecido.

APP-Sindicato – Com o início da paralisação o Conselho do núcleo sindical da APP-Cianorte esteve reunido para definir as ações a serem realizadas durante a greve. Após reunião foi constituído o comando de greve composto por todos os diretores do núcleo sindical, 1 representante de cada município, 2 representantes por escola, sendo 1 professor e 1 funcionário, 1 professor e 1 funcionário PSS.

Além disso, três ônibus sairam, na noite de ontem (09), levando professores e funcionários da educação para a acompanhar a votação dos projetos de lei na Assembleia Legislativa do Paraná.

A APP Sindicato de Cianorte também estará realizando hoje (10), a partir das 08 horas, uma reunião com os professores e funcionários da educação, no Salão Paroquial da Igreja Matriz para definir de forma democrática e coletiva os atos e estratégias que serão organizados no município.

A greve da educação também poderá ganhar mais força ao longo da semana, já que as Universidades Estaduais (Unespar/Fafipa, UEM e UEL) estarão realizando assembleias para definir a adesão à paralisação.

Texto: Juliano Secolo / Foto: APP

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Ano letivo não começa na rede estadual de ensino

greve-professoresMilhares de alunos da região de Cianorte tiveram suas férias prolongadas ontem (9) devido a greve geral dos professores e servidores da educação da rede estadual de ensino em razão de uma série de ações tomadas pelo governo estadual, que está sendo chamada pelos educadores de “Desmonte da Educação Pública.”

A decisão pela greve foi tomada no último sábado (7) durante Assembléia Geral da APP-sindicato em Guarapuava. Em todo o estado também foi realizado uma série de mobilizações com o intuito conscientizar a população sobre as reivindicações dos professores.

Na Capital do Vestuário também foi realizada uma mobilização no sábado. Cerca de 400 professores e funcionários da Educação, de Cianorte, Jussara, Japurá, Terra Boa e Rondon, estiveram reunidos na Praça 26 de Julho pela manhã. Durante o ato organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP Sindicato), os participantes usavam camisa preta em protesto e “luto pela educação”, além de carregarem faixas com reinvindicações da categoria. Eles também distribuíram panfletos para populares que passavam pelas avenidas e ruas centrais e fizeram um abaixo-assinado que foi entregue ao ex-vereador Antônio Marques, que estava no local representando o deputado estadual Jonas Guimarães.

O documento pede que os deputados votem contra as mensagens legislativas nº 001/2015 e 002/2015 que tiram vários benefícios dos professores. Os itens devem ser votados nesta semana na Assembleia Legislativa, em Curitiba.

Durante a manifestação no sábado, os professores e servidores, afirmaram estar apenas apresentando para a comunidade as razões pela qual a categoria está insatisfeita com medidas e ações adotadas pelo Governo Estadual, destacando a falta de repasse do Fundo Rotativo desde novembro de 2014. Segundo nota da APP-Sindicato as escolas de todo o estado estão com dívidas, por falta do repasse do recurso. Além disso, segundo a entidade, muitas escolas também estão sem merenda o que impossibilita o reinício das aulas.

De acordo com a nota divulgada, os protestos também estão ligados com a retirada de 10 mil funcionários das escolas feito pelo Governo Estadual que anunciou a demissão de 30% deles, incluindo merendeiras, pessoal da limpeza e administrativo. De acordo com a APP isso faz com que as escolas não tenham a estrutura necessária para receber os estudantes para o início do ano letivo.

Ainda de acordo com a APP, os servidores da educação também tem cobrado o governo pelo pagamento do auxílio alimentação dos funcionários de escolas; do 1/3 de férias devido aos educadores; a rescisão dos contratos de 29 mil professores contratados temporariamente através do Processo de Seleção Simplificada (PSS), entre outras.

RECEPÇÃO – Apesar das aulas não se reiniciarem nesta segunda-feira (09), os professores e servidores da educação que aderiram a greve geral estiveram nas escolas de Cianorte e região, recepcionando os pais e alunos que não sabiam da paralisação. Eles aproveitaram também para esclarecer sobre os motivos que culminaram com a deflagração da greve.

Com esta ação os profissionais da educação procuram mostrar para a comunidade que apesar da greve, todos continuam trabalhando sem deixar a educação de lado. Na maioria dos municípios os pais e alunos tem apoiado a atitude dos professores e servidores. “Achei ruim por já iniciar o ano letivo com greve, mas eu apóio os professores, por que eu acho que tá sendo mexido em coisas que eles já conquistaram há bastante tempo, não é uma reivindicação que eles tão fazendo agora, recente”, afirma João Pimentel, pai de um aluno do Colégio Estadual Cianorte.

Segundo o professor Aparecido da Silva “Nenhum professor e nenhum funcionário está contente parado. Nós queríamos estar na sala de aula com nossos alunos, mas isso foi impossibilitado neste início de ano.”, afirma. Ele esclarece que as mensagens legislativas nº 001/2015 e 002/2015, propondo mudanças no plano de carreira e corte de alguns benefícios dos educadores. “A lei que está chegando lá vai desmontar a carreira que foi conquistada ao longo de muitos anos não só dos professores, mas dos profissionais da educação.”, ressalta Aparecido.

APP-Sindicato – Com o início da paralisação o Conselho do núcleo sindical da APP-Cianorte esteve reunido para definir as ações a serem realizadas durante a greve. Após reunião foi constituído o comando de greve composto por todos os diretores do núcleo sindical, 1 representante de cada município, 2 representantes por escola, sendo 1 professor e 1 funcionário, 1 professor e 1 funcionário PSS.

Além disso, três ônibus sairam, na noite de ontem (09), levando professores e funcionários da educação para a acompanhar a votação dos projetos de lei na Assembleia Legislativa do Paraná.

A APP Sindicato de Cianorte também estará realizando hoje (10), a partir das 08 horas, uma reunião com os professores e funcionários da educação, no Salão Paroquial da Igreja Matriz para definir de forma democrática e coletiva os atos e estratégias que serão organizados no município.

A greve da educação também poderá ganhar mais força ao longo da semana, já que as Universidades Estaduais (Unespar/Fafipa, UEM e UEL) estarão realizando assembleias para definir a adesão à paralisação.

Texto: Juliano Secolo / Foto: APP

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