Startups apresentam soluções desenvolvidas para o setor agrícola

O BRDE promoveu nesta última quarta-feira (21) a Product Lab Final Pitch, por meio de seu canal oficial no Youtube. Dez startups selecionadas pelo programa apresentaram suas soluções já desenvolvidas para parceiros, clientes e fundos de investimento.

O Programa BRDE Labs no Paraná foi realizado em parceria com a Hotmilk, aceleradora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com o apoio de cooperativas agroindustriais paranaenses, clientes do BRDE. Para a etapa Product Lab foram 179 startups inscritas.

O evento on-line foi apresentado pelo head de Inovação da Hotmilk, Marcelo Finger, e começou com a explanação de autoridades e parceiros sobre a importância do programa, que teve como principal objetivo fomentar inovação e empreendedorismo no Estado.

O gerente da Hotmilk, Marcelo Moura, explicou que o BRDE Labs foi projetado para ter duas fases. Uma de produtos, com startups que estão na fase de validação do seu MPV (Mínimo Produto Viável) e têm as cooperativas como parceiras, e clientes delas, para que possam desenvolver tecnologia em conjunto.

Na segunda fase, que ainda está em andamento, com startups que se encontram numa fase de produtos desenvolvidos, que também estão trabalhando com as cooperativas e stakeholders, que podem ser clientes, desenvolver tecnologias juntos, aprimorar ainda mais e escalar.

O diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley Lipski, agradeceu a todos pela parceria e falou do comprometimento da instituição com o agronegócio. “O BRDE é o banco da agricultura paranaense e isso que nos motivou efetivamente a unir as startups, que têm as ideias, à necessidade dos agricultores, apresentadas pelas cooperativas.”

“Nós temos um compromisso público de transformar o nosso Estado no mais digital do País. E estamos fazendo um esforço grande para fazer essa digitalização em todo o Estado, em todos os segmentos”, destacou o vice-governador, Darci Piana.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, falou da necessidade de se investir em inovação para avanços. “Queremos uma agricultura menos penosa, mais eficiente e poupadora de recursos. A gente precisa entregar mais e gerar mais resultados. Por isso, veio em muito boa hora essa visão estratégica, da BRDE junto com a PUC-PR, lançando esse desafio para as nossas empresas nascentes”, enfatiza.

Para o reitor da PUC-PR, Waldomiro Gremski a ciência produzida na universidade deve ter um reflexo na sociedade e em seus diferentes segmentos. “Nós sempre defendemos que a universidade tem o papel de desenvolver o País de uma maneira sustentável.”

A primeira parte de considerações, antes do pitches, foi encerrada com o diretor da Hotmilk, Fernando Bittencourt Luciano. “É nosso desejo que, com esse programa, a gente possa apoiar o crescimento do nosso Estado e do Brasil, por meio do empreendedorismo, gerando uma cultura de inovação”, disse Luciano.

PITCHES

Cada startup teve quatro minutos para apresentar seu negócio, a solução oferecida e explicar em que mercado irá atuar. Elas receberam feedbacks de uma banca formada pelo secretário da Agricultura, do diretor de Operações do BRDE e de Franco Pontillo, do Fundo de investimento Domo, no qual o BRDE é cotista. Confira as dez melhores avaliadas:

Manfing: seu objetivo é conhecer o padrão de consumo dos clientes das empresas para que elas tenham previsões de vendas. Dentro de uma plataforma digital ela faz a análise dos dados e encontra oportunidades de aumentar essas vendas, dentro da própria base, respeitando o momento de consumo de cada cliente. Para isso se utiliza de algoritmos próprios, de inteligência artificial. No agronegócio, também é possível fazer previsões consolidadas de safras futuras, prevendo a necessidade de compra dos clientes. Também atende o setor de indústria e varejo.

PecSmart: repensa a produtividade para a produção animal a partir da gestão de informação e pecuária de precisão. Responder a questões, tais como: qual o custo adicional de um animal que já atingiu seu peso de abate, mas continua consumindo, ou quanto custa um animal que foi medicado tardiamente? Sua missão é olhar para a produção animal inteligente orientada a dados, de forma 100% automática, 24 horas por dia. Os trabalhos possuem quatro norteadores: nutrição, reduzindo custos; logística, otimizando abate no frigorífico; sanidade, com uma lógica de prevenção, e mercado, acelerando ou freando em função das oportunidades.

Silos: seu foco é resolver as questões de subjetividade, a falta de eficiência e velocidade, envolvidas no processo de classificação de grãos. Oferece tecnologia que substitui o olho e o raciocínio humano por câmeras. Acredita que a rapidez e eficiência a que o equipamento tecnológico se propõe refletirá em resultados que impactam na redução da folha de pagamento e agilidade logística, fomentando excelência operacional, fidelização do cooperado e a diminuição na rotatividade dos colaboradores.

Haka Bio Processos: a empresa é experiente em tecnologia a favor da economia circular e sustentável na cadeia de proteína animal. Oferece uma solução para sanar o problema de baixo valor agregado dos resíduos animais. Sua expectativa é produzir, com os ossos, 400 mil toneladas de bio-óleo, que é um potencial de produção do Brasil, e 300 mil toneladas de fosfato para nutrição animal, que corresponde a 100% do consumo brasileiro. A tecnologia da empresa pode processar não só ossos, mas qualquer tipo de resíduo da indústria de proteína animal.

Extractify: apresentou o facedigital, solução de reconhecimento facial para identificação em portarias e acessos remotos. Acelera todo o ciclo de onboarding, gestão de acessos e autorizações, com segurança e agilidade. Eles criaram um gêmeo digital de toda a população para revolucionar a forma de identificação. A tecnologia é própria e personalizada, tanto para cadastros em canais digitais, quanto em totens, antifraudes, análise de crédito, reconhecimento facial, controle de acesso, carteira digital, entre outros.

Ylive: oferece soluções em biotecnologia para nutrição e saúde animal, por meio de uma plataforma para desenvolvimento e recomendação de produtos veterinários. A tecnologia analisa a microbiota, que nada mais é do que a população de bactérias presente no intestino do animal. Ela correlaciona essa informação através de análise genética, performance e bem-estar animal, utilizando ferramentas de inteligência artificial. Assim, pode-se analisar se o animal terá bom desempenho, boa saúde e sanidade. A ideia cabe para indústrias e produtores.

Transcender: apresentou o segmento da empresa voltado para o agronegócio, a AGR – IA, criado com o objetivo de resolução de problemas por meio da inteligência artificial e visão computacional. Dentro dessa ferramenta há várias funções. Uma delas é Moobiometrics (biometria de bovinos, por meio de imagens de câmera e smartphones). Outra é a Vet-view, para detecção de doenças em bovinos em estágio inicial e Moocontrol, painel de controle para gerenciamento de rebanhos e relatórios poderosos para decisão com base em informação precisa.

Tecexpert: empresa de agromobility focada em conectividade em missões críticas. Desenvolveu um produto que é uma “carretinha móvel”, que são estações transportáveis e modulares, de fácil instalação, com conectividade distribuída de forma inteligente e integração com internet via satélite. Se dedicam a fornecedores e representantes de máquinas agrícolas, cooperativas agrícolas e agritechs e startups do setor que querem um monitoramento mais preciso.

Agroraptor: oferece drones e processamento de dados, pensados para agricultura, para medida de áreas, linhas de plantio, curvas de nível, elevação do terreno, análise de doenças foliculares, nutrição (análise foliar, N, P, K, entre outros), compactação, inventário, perícia e mapeamento de daninhas, por exemplo. Trabalha tanto na construção de um drone quanto no desenvolvimento do software para o processamento das imagens.

Traive: tem o objetivo de reinventar o crédito agrícola através de dados. Eles entendem que é preciso endereçar o processo de crédito como um todo para atrair capital privado para esse setor. Para isso, desenvolveram uma tecnologia própria em que engloba mais de 3 mil pontos de dados, baseada em cinco grupos de risco: agronômico, financeiro, comportamental, de mercado e de sustentabilidade e compliance. Dessa maneira, consegue-se entender um produtor do ponto de vista individual, único e detalhado. A plataforma de financiamento é integrada, com várias outras tecnologias, que vão desde o pedido da compra e financiamento, passando pela análise, chegando à mitigação de risco, até uma contínua interação com os produtores e análise de dados.

Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná