Delegação conquista 44 medalhas e supera a China pela primeira vez na história da competição
O esporte paralímpico brasileiro viveu um domingo (5) inesquecível. Pela primeira vez, o Brasil encerrou o Mundial de Atletismo Paralímpico na liderança do quadro de medalhas, com 44 conquistas — sendo 15 de ouro, 20 de prata e 9 de bronze — e deixou para trás a poderosa China, que terminou com dois ouros a menos. O torneio foi disputado em Nova Déli, na Índia.
O feito é histórico: em mais de uma década, apenas a Rússia, em 2013, havia conseguido desbancar os chineses. O Brasil vinha batendo na trave nas últimas edições — ficou em segundo lugar em Dubai (2019), Paris (2023) e Kobe (2024).
A jornada dourada começou com Zileide Cassiano, campeã no salto em distância da classe T20 (deficiência intelectual). A atleta reconquistou o título mundial, superando a polonesa Karolina Kucharczyk, campeã paralímpica em Paris.
Logo depois, Jerusa Geber brilhou nos 200 metros da classe T11 (cego total), conquistando sua 13ª medalha em Mundiais e se tornando a atleta brasileira mais premiada da história da competição, ultrapassando Terezinha Guilhermina. A também brasileira Thalita Simplício completou o pódio com o bronze.
“Dois objetivos concluídos: o tetra nos 100 metros e me tornar a atleta com mais medalhas em Mundiais. Quero continuar, quero o penta, o hexa… até onde der”, disse Jerusa, de 43 anos, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
A estreante Clara Daniele também fez história. Após protesto do CPB, ela herdou o ouro nos 200 metros da classe T2 (baixa visão), garantindo a terceira medalha dourada do país no último dia de competição.
O Brasil ainda somou mais duas medalhas: Maria Clara Augusto foi prata nos 200 metros da classe T47, alcançando três pódios individuais, enquanto Edenilson Floriani ficou com o bronze no arremesso de peso (classes F42/F63), quebrando o recorde das Américas.
Além disso, o CPB confirmou a prata de Thiago Paulino no arremesso de peso da classe F57, após revisão de uma tentativa contestada.
Com o resultado, o Brasil consolida sua posição como potência mundial no atletismo paralímpico, mostrando força e regularidade às vésperas dos próximos grandes desafios, como a Paralimpíada de Los Angeles 2028.
Fonte: EBC (Empresa Brasil de Comunicação)