Receita da indústria de máquinas cai 8,6% em 2024 no Brasil

Setor fatura R$ 270,8 bilhões, impactado por importações e queda nas exportações

A receita líquida da indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou uma queda de 8,6% em 2024, totalizando R$ 270,8 bilhões, ante R$ 296,2 bilhões no ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O consumo aparente de bens industriais, que mede a demanda interna ao somar produção nacional e importações e descontar exportações, ficou praticamente estável, atingindo R$ 369,1 bilhões, uma leve retração de 0,2% em relação a 2023.

Impactos da concorrência estrangeira

Segundo Cristina Zanella, diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, o setor foi afetado pela crescente substituição da produção nacional por máquinas importadas e pela redução nas exportações.

“Houve aumento de investimentos em diversas áreas da economia, como transporte e equipamentos eletrônicos, mas não no nosso setor. Uma parte importante da queda do faturamento está ligada à perda de participação para importados”, explicou.

Os segmentos de máquinas agrícolas e equipamentos para construção civil foram os mais afetados. Apesar do aumento das compras internas de máquinas para construção, as exportações menores contribuíram para um desempenho mais fraco do setor.

Importações em alta

As importações brasileiras de máquinas cresceram 10,6% em 2024, alcançando US$ 29,5 bilhões – a segunda maior marca desde 2013. A China liderou as exportações para o Brasil, com 31,5% do total e um crescimento de 5,3 pontos percentuais em relação a 2023.

Já as importações de máquinas dos Estados Unidos caíram 6%, enquanto as da Alemanha tiveram um leve aumento de 2,6%.

Queda nas exportações

As exportações brasileiras de máquinas e equipamentos somaram US$ 13,1 bilhões, uma redução de 5,5% em relação a 2023. Apesar disso, o resultado foi o segundo melhor da série histórica, perdendo apenas para o ano anterior.

Entre os países que ampliaram a compra de máquinas brasileiras estão Singapura, Coreia do Sul, México, Guiana, França e Arábia Saudita. Por outro lado, Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Chile e Peru reduziram suas importações.

Os Estados Unidos, principal destino dos produtos brasileiros, reduziram as compras em 11,2%, principalmente em máquinas para construção civil. Já a Argentina registrou uma queda de 17%, com destaque para a redução nas aquisições de equipamentos para os setores de óleo e gás.

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Fonte: Agência Brasil