Modalidade une cultura, gastronomia e interação local, impulsionando produtos com Indicação Geográfica.
Imagine visitar a Provence, na França, e aprender diretamente dos produtores o que torna os vinhos da região tão especiais. Ou explorar o Pará e descobrir a tradição e os usos culinários da famosa Farinha de Bragança. Essa é a essência do turismo de experiência: transformar o visitante em um participante ativo, conectando-o profundamente à cultura, sabores e paisagens locais.
Durante o 6º Encontro Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, realizado em São Paulo, especialistas destacaram como o turismo de experiência, aliado aos produtos com Indicação Geográfica (IG), pode transformar regiões em destinos únicos, alavancar economias locais e promover os pequenos produtores.
O que é o turismo de experiência?
Mais do que visitar pontos turísticos, o turismo de experiência oferece a chance de “viver” o destino. É uma abordagem que estimula os sentidos e cria conexões, permitindo que o viajante interaja com a comunidade e compreenda as características que tornam a região única.
“O turista passa de espectador a protagonista do roteiro”, explica Renata Vescovi, gestora do Sebrae Espírito Santo.
A ideia também promove a valorização de produtos típicos com selo de procedência, como cafés, vinhos, cachaças e alimentos regionais, apresentados durante degustações e oficinas no evento.
Exemplos de sucesso no Brasil e no exterior
Um dos destaques internacionais foi a rota do vinho da Provence, na França. Segundo Eric Pastorino, presidente da Associação de Produtores de Vinho da “IG Côtes de Provence”, o turista que vivencia a produção local se torna um embaixador do produto, ajudando a divulgar a região e fortalecer sua identidade no mercado global.
No Brasil, a Farinha de Bragança, do Pará, é um exemplo de como o turismo de experiência pode valorizar as culturas regionais. Envolvendo cinco municípios da costa paraense, o roteiro destaca a singularidade do produto feito à base de mandioca.
“Turismo de experiência não é turismo de massa. Ele privilegia a qualidade da interação e a valorização das regionalidades,” pontua Natascha Penna, responsável pela indicação de procedência da farinha.
Valorização e impacto econômico
Além de conectar visitantes à história e à tradição local, o turismo de experiência beneficia diretamente a economia regional. Ao investir em experiências ligadas a produtos de Indicação Geográfica, pequenos produtores ganham visibilidade e novos canais de comercialização.
“O turismo é um motor para valorizar produtos com IG, beneficiando a economia local e fortalecendo os negócios dos pequenos empreendedores,” afirma Germana Magalhães, do Sebrae Nacional.
O futuro do turismo de experiência
Esse modelo, que já é tendência mundial, tem o potencial de transformar destinos brasileiros, como as rotas de vinho e café do Espírito Santo ou os sabores amazônicos do Pará, em referências globais.
Mais do que viagens, o turismo de experiência cria memórias sensoriais e emocionais, reforçando o vínculo entre o visitante, os produtos e as comunidades locais.
Fonte: Sebrae Nacional, Encontro Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas.