Alimentação e câncer de mama: estudo revela impacto de produtos químicos na saúde

Endocrinologista Guilherme Renke alerta sobre substâncias presentes em embalagens e alimentos que podem aumentar o risco da doença.

A relação entre alimentação e saúde é cada vez mais clara, especialmente quando se trata da prevenção de doenças graves como o câncer de mama. De acordo com estudos recentes, quase 200 produtos químicos presentes em embalagens e utensílios alimentares têm sido associados ao aumento da incidência dessa doença, alertando para a necessidade de maior atenção às escolhas alimentares e ao uso de produtos plásticos.

Pesquisas apontam que mais de 75 agentes cancerígenos mamários vêm de materiais que entram em contato com os alimentos. Muitos desses produtos, embora já identificados como perigosos, ainda são usados em embalagens, permitindo que suas substâncias químicas migrem para os alimentos que consumimos. Entre essas substâncias estão o benzeno, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos, que estão associados a diversos tipos de câncer, incluindo o câncer de mama, além de outras doenças crônicas.

Um estudo publicado na Frontiers in Toxicology destaca que essas substâncias foram detectadas no leite materno, no sangue e nos tecidos humanos. Isso inclui compostos como 2,4-Toluenodiamina, usada em corantes para plásticos e papéis, e 3,3′-Dimetilbenzidina, ambos conhecidos por causar câncer de mama em animais.

Especialistas afirmam que o aumento de casos de câncer de mama precoce, em mulheres com menos de 50 anos, não pode ser explicado apenas por fatores genéticos. O contato diário com esses produtos químicos desempenha um papel crucial. A lista de substâncias potencialmente cancerígenas tem crescido com o tempo, passando de 220 produtos químicos identificados em 2007 para 921 em uma atualização de 2024.

Como reduzir a exposição a produtos químicos?

  • Evitar alimentos industrializados e enlatados: Esses alimentos são frequentemente embalados com revestimentos químicos, como resinas acrílicas e PVC.
  • Remover a gordura e a pele das carnes: Químicos e poluentes tendem a se acumular na gordura animal, por isso, eliminá-la antes do preparo pode reduzir a exposição.
  • Substituir recipientes plásticos por vidro ou aço inoxidável: Evitar o uso de plásticos para armazenamento e aquecimento de alimentos é essencial, assim como optar por utensílios de cozinha sem revestimentos antiaderentes.
  • Optar por alimentos orgânicos: Produtos orgânicos são menos expostos a pesticidas, embora possam conter metais pesados em menor quantidade.

Essas mudanças podem ajudar a reduzir significativamente a exposição a agentes cancerígenos e a melhorar a qualidade de vida a longo prazo.

Fonte: ge / EU Atleta