O ano de 2017 foi de recordes no Estado para os transplantes de rins (482), fígado (265) e coração (39). Devido a um conjunto de ações para favorecer este tipo de procedimento, o Paraná se mantém como segundo Estado com melhor desempenho do país na área de doação, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
Na comparação com 2016, o Estado teve um crescimento de 12,5%, passando de 718 para 808 transplantes de doadores mortos realizados. Se comparado com o ano de 2010, quando houve 184 procedimentos no Paraná, o aumento e chega a 340%. De acordo com a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes (SET), Arlene Badoch, esses aumentos só foram possíveis graças a um conjunto de fatores.
“Desde de 2011, trabalhamos diferentes pilares. Investimos muito na educação permanente das equipes que atuam nos hospitais e também realizamos um trabalho efetivo com o transporte dos órgãos, tanto terrestre quanto aéreo. E com isso esses resultados foram alcançados”, destaca Badoch.
RECEPTORES – Cristiane Aparecida Toledo, 23 anos, faz parte dos bons números de 2017. No ano anterior, a auxiliar de produção que vive em São José dos Pinhais recebeu um rim. O transplante foi necessário pois ela nasceu com apenas um rim, que parou de funcionar aos 19 anos. “Fiquei muito mal e minha rotina teve que mudar. Minha vida ficou muito corrida, eu vivia na hemodiálise. Com o transplante tudo mudou, e para melhor!”, conta.
O aposentado de 58 anos João Valentim Lovato, morador de Curitiba, recebeu um coração no final do ano passado. Em 2001 ele sofreu um infarto e, desde então, seu coração deixou de funcionar efetivamente. Para ele, o transplante possibilitou diversas renovações. “Depois que consegui este novo coração, voltei a andar e posso ir onde eu quero. O transplante me possibilitou voltar a viver”, fala.
DOAÇÕES – Além dos órgãos, tecidos como a córnea, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões também podem ser doados. Todas as doações são feitas por meio do Sistema Estadual de Transplantes, que é encarregado pela coordenação e gerenciamento da fila de quem espera por um órgão no Paraná.
No Brasil, a doação de órgãos depende do consentimento da família, e é com isso que as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos e a Organização de Procura de Órgãos trabalham dentro dos hospitais. Após a detecção da morte encefálica no paciente, essas equipes são responsáveis pelo processo de acolhimento da família e também da oferta para a doação de órgãos do paciente.
Segundo a enfermeira do Sistema Estadual de Transplantes Luana Cristina Heberle, as equipes acolhem as famílias desde o momento da morte, ajudam no processo de luto e reforçam a importância da doação de órgãos. “Apesar de ser um momento difícil para a família, a conscientização deve ser feita, pois existem vidas que serão salvas com a doação dos órgãos”, salienta.
NOVIDADE – O Paraná realizou seu primeiro transplante em 1959, de córnea. Entre 2010 e 2017 a média de transplantes por ano quase quintuplicou. Para a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes isso é motivo de orgulho. “É uma prova de que o nosso trabalho está sendo realizado com sucesso”, finaliza.
A partir de 2018, o Estado passa a fazer também o transplante de pulmão – único ainda não ofertado no Paraná. O procedimento ocorrerá no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
AEN/PR