O Programa Primeiro Museu foi instalado com o objetivo de viabilizar um museu comunitário virtual e, posteriormente, o primeiro museu físico de vários municípios do Brasil. A chamada pública do programa idealizado pelo Museu da Família (MF) – com sede em Maringá – e executado em parceria com o Instituto Cultural Ingá (ICI) selecionou em sua primeira etapa, 17 municípios paranaenses, entre eles: Cidade Gaúcha, Jussara, Tapejara, São Tomé e Rodon. Atualmente o projeto está na final do Prêmio Brasil Criativo, organizado pelo Ministério da Cultura (MinC) e 3M e que acontecerá em dezembro no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
O Programa Primeiro Museu é um dos três projetos finalistas da categoria “Museus” e vai disputar o prêmio com o Museu do Videogame Itinerante (Campo Grande-MS) e o Museu da Maré (Rio de Janeiro-RJ). A conquista se deu após votação online encerrada na semana passada, contabilizando 71.180 votos, vindos do País inteiro. Agora, na etapa final do prêmio, um conselho de 30 curadores – entre pesquisadores, representantes públicos e líderes empresariais especializados em criatividade, cultura, empreendedorismo e inovação – vai escolher os projetos vencedores em 22 categorias que usam a criatividade como solução para o desenvolvimento da economia criativa.
Na opinião do diretor presidente do MF, Edson Pereira, um dos motivos que levou o Programa Primeiro Museu à final foi a mudança estrutural que o projeto se propõe a fazer no setor museológico brasileiro, estimulando a abertura de grande quantidade de museus em localidades onde jamais existiu qualquer processo que estimulasse a conservação e divulgação da história local.
“É um projeto que fala não somente de um museu, mas de muitos museus. Lembrando que, segundo dados do MinC, 92% dos brasileiros nunca foram a um museu e 77% dos municípios brasileiros também não contam com museus ou sala de memória”, considera Pereira, que diz estar confiante na conquista do prêmio. “Esperamos ganhar. Reconhecemos o mérito dos outros finalistas, entretanto cremos que o nosso programa é mais forte em função de sua abrangência nacional.”
Os vencedores do Prêmio Brasil Criativo levam premiação em dinheiro e um curso de 40 horas de capacitação sobre economia criativa. “O maior prêmio, no entanto, é o reconhecimento sendo escolhido como melhor dentre os três finalistas”, ressalta Marcelo Seixas, diretor-executivo do MF.
No Estado, além do Programa Primeiro Museu outros cinco projetos também chegaram à final do Prêmio Brasil Criativo. São eles: Tenda de Retalhos (Curitiba), na categoria “Expressões Culturais”; “Tributo a Charlie Chaplin”, espetáculo da Studio de Dança La Bayadère (Guarapuava), na categoria “Dança”; Legenda Sonora (Curitiba), na categoria “Audiovisual/do Livro, da Leitura e da Literatura”; Retraço Novo (Londrina), na categoria “Criações Culturais e Funcionais”; e Suiane Maria (Curitiba), na categoria “Design”.
PRIMEIRO MUSEU – A ideia do programa Primeiro Museu é preservar a história das cidades brasileiros, principalmente os pequenos e médios municípios com menos de 100 mil habitantes, que representam quase 95% do Paraná, e que não possuem museus comunitários instalados com o propósito de preservar a história e a memória das famílias moradoras.
Desta forma, o programa realizou uma chama pública, cadastrando e selecionando os municípios para participar do programa, sendo que o primeiro município do estado a receber os museus (virtual e físico) foi São Tomé, no último dia 26 de julho. Na ocasião foi realizada uma reunião com cerca de 150 pioneiros da cidade, que se mobilizaram para organizar resgatar objetos e fotos antigas que compõem parte da história do município.
As equipes do Museu da Família participaram também reuniões em Cidade Gaúcha, Jussara, Rondon e Tapejara para definir as ações de viabilização dos museus comunitários. Pelo programa, é implantado, inicialmente, um museu comunitário virtual, além de ser desenvolvido um projeto cultural para implantação do museu físico, enquadrado nos instrumentos de renúncia fiscal existentes e capacitação de agentes locais na gestão de unidades museológicas.
Assim a comunidade de cidades paranaenses ganham um link para uma página contendo informações textuais e fotográficas da história local. Em seguida, inicia-se um processo de capacitação de pessoas que morem na cidade e que se interessem pela memória local para atuarem, sob coordenação de profissionais da museologia contratados pelo MF, na efetivação do primeiro museu físico do município.
Na região, além de São Tomé, o município de Rondon também já deu o primeiro passo para a implantação do primeiro museu físico do município, no mês de agosto, durante uma reunião organizada pela Secretaria Municipal de Cultura junto aos pioneiros do município.
O encontro em Rondon foi recheado de muitas histórias e boa conversa, o evento ficou marcado pela nostalgia, os pioneiros que estiveram presentes aproveitaram a oportunidade do encontro para deixar o seu legado na construção da historia do município. “Reunir-se com essa turma de pioneiros foi fantástico! As historias que ouvimos foram o ponto alto do encontro, oque com certa enriqueceu o evento e a nós jovens como pessoas!”, comentou o chefe da Divisão de Cultura, Joao Paulo Calabrezi.
Desde então a equipe da Divisão de Cultura tem reunido peças históricas que com a criação do museu físico ficarão em exposição para toda a comunidade do município, bem como os visitantes de outras cidades, que poderão conhecer assim um pouco mais da história do município.
EXPANSÃO – Após a implantação do Programa Primeiro Museu no Paraná, os organizadores do projeto abriram as inscrições para os municípios de todas as regiões do país com interesse em participar do programa. Nesta etapa Nacional, que segue até 15 de dezembro, estão sendo disponibilizada 60 vagas.
Pelo menos 14 localidades que já se inscreveram na etapa nacional estão com todas as documentações prontas e, por isso, terão projetos viabilizados e encaminhados ao Ministério da Cultura (MinC) ainda neste mês de novembro. De acordo com o diretor executivo do Museu da Família, Marcelo Seixas, isso significa dizer que, além dos museus virtuais a serem abertos dentro de 60 dias, o primeiro museu físico do município será uma realidade num prazo de até um ano e meio graças a recursos a serem captados pelo mecanismo de renúncia fiscal, por meio da Lei Rouanet.
Os 14 municípios já confirmados na Etapa Nacional do Programa Primeiro Museu são: Arcoverde (PE); Atibá (BA); Barbalha (CE); Bela Vista do Paraíso (PR); Brejo Santo (CE); Camaragibe (PE); Carmésia (MG); Cidreira (RS); Ilhota (SC); Jequitibá (MG); Laranja da Terra (ES); Marataízes (ES); Ribeirão Corrente (SP); e Tarumã (SP).
Texto: Juliano Secolo / Foto: Assessoria PMR
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