Quatro em cada 10 gestantes desconhecem vacinas essenciais na gravidez

Pesquisa revela desinformação e desafios na imunização; profissionais de saúde devem reforçar orientações.

Uma pesquisa encomendada pela Pfizer ao Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Idec) revelou que 40% das gestantes brasileiras desconhecem o calendário vacinal específico para a gravidez. Além disso, 60% das entrevistadas acreditam, de forma equivocada, que as vacinas beneficiam apenas as mães, ignorando a proteção crucial transmitida aos bebês.

O levantamento também destacou problemas na orientação médica: 11% das gestantes das classes A e B relataram que seus médicos desaconselharam a vacinação durante a gravidez, enquanto outros 11% não receberam qualquer informação sobre imunização no pré-natal.

Por outro lado, entre as gestantes que foram orientadas a se vacinar, 96% seguiram as recomendações, reforçando a importância de uma comunicação clara e assertiva pelos profissionais de saúde.

Vacinas essenciais durante a gravidez

No Brasil, o calendário vacinal para gestantes inclui cinco imunizantes disponíveis gratuitamente no SUS. A principal delas é a DTPa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto), que deve ser aplicada em todas as gestações. Ela protege a mãe contra difteria, tétano e coqueluche, além de transmitir anticorpos ao bebê, garantindo proteção nos primeiros meses de vida.

Outras vacinas importantes incluem:

  • Hepatite B: Protege contra um vírus que pode ser transmitido ao bebê, inclusive pelo leite materno.
  • Influenza (gripe): Reduz riscos para gestantes, consideradas grupo de risco.
  • Covid-19: Faz parte do calendário básico e pode ser aplicada em qualquer momento da gestação.

A desinformação também impacta percepções equivocadas. Cerca de 10% das gestantes acreditam, de forma errônea, que as vacinas podem causar autismo, e 14% temem alterações genéticas no feto – ambas alegações já refutadas pela ciência.

Desafios para a saúde pública

Melissa Palmieri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destacou a necessidade de maior engajamento de médicos no pré-natal:

“Precisamos conscientizar ginecologistas, obstetras e médicos da família para incluir a vacinação como item essencial em cada consulta. A formação continuada é essencial, já que novos profissionais se formam todos os anos.”

Outro ponto de atenção é a falta de conhecimento sobre o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite em bebês. Apesar de 94% das gestantes já terem ouvido falar da doença, apenas 22% sabem que o agente causador é um vírus. Em 2024, o Brasil registrou 26 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pelo VSR, sendo a maioria em crianças pequenas.

Atualmente, há vacinas disponíveis contra o VSR na rede privada, como a Abrysvo, da Pfizer, que pode ser aplicada em gestantes para proteger os bebês após o nascimento. Contudo, esses imunizantes ainda não fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Ação conjunta é fundamental

Os dados reforçam a necessidade de campanhas educativas e maior integração entre médicos, famílias e entidades de saúde para garantir a imunização adequada durante a gravidez. Além de proteger a mãe, as vacinas salvam vidas ao transmitir imunidade vital aos bebês nos primeiros meses de vida.

E você, sabia que as vacinas são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê? Compartilhe essa informação e ajude a conscientizar mais pessoas sobre a importância da imunização na gestação!

Fonte: Agência Brasil