O pescador Oseney da Costa de Oliveira, um dos acusados pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, obteve o direito à prisão domiciliar. A decisão foi tomada pelo desembargador Marcos Augusto de Sousa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), com sede em Brasília, nesta sexta-feira (20).
A defesa de Oseney alegou problemas de saúde, destacando a necessidade de uma colonoscopia devido a um sangramento intenso na região retal. O desembargador autorizou a prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica em Manaus, onde Oseney ficará na casa de um parente.
Além das questões de saúde, Oseney foi beneficiado por uma decisão anterior da Quarta Turma do TRF1, que rejeitou a acusação do Ministério Público contra ele. O desembargador avaliou que não há provas suficientes para sua participação nos homicídios de Bruno e Dom.
Por outro lado, os réus Amarildo e Jefferson continuam presos e serão julgados pelo Tribunal do Júri de Tabatinga (AM), conforme decidiu o magistrado.
O caso Bruno e Dom
Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos em 5 de junho de 2022, enquanto viajavam pela região do Vale do Javari, no Amazonas. Eles foram vítimas de uma emboscada enquanto se deslocavam de barco para Atalaia do Norte (AM), onde se reuniriam com lideranças indígenas. Os corpos foram encontrados dez dias depois, enterrados em uma área de mata fechada.
Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, estava preparando um livro sobre a Amazônia, enquanto Bruno Pereira, ex-coordenador da Funai, trabalhava na defesa dos povos indígenas da região, recebendo diversas ameaças de morte por sua atuação.
Fonte: EBC