A Associação de Pequenos Agricultores de Ginseng de Querência do Norte (Aspag) abriu o mês de fevereiro exportando para o Japão. Do pedido de 3 toneladas, foram enviados 450 quilos nessa primeira remessa. O restante está em fase de colheita e será embarcado nos próximos dias. Querência no Norte é um município do noroeste do estado, conhecido como o “Pantanal Paranaense”, que faz divisa com o Mato Grosso do Sul.
O Japão negocia mais duas toneladas do ginseng brasileiro (Pfaffia glomerata) cultivado pela associação. Essa demanda deverá ser atendida logo após a exportação de cinco toneladas para a França e de outras cinco toneladas para a China, as quais foram negociadas, anteriormente.
A planta é cultivada nas ilhas e várzeas do Rio Paraná. O produtor e sócio-presidente da Aspag, Misael Jefferson Nobre, ressalta que o ginseng brasileiro de Querência do Norte é nativo no município e adaptado ao solo e clima da região. “Conseguimos colher o ano todo um produto com qualidade. Com capacitações e orientações estamos trabalhamos para buscar a IG, posicionar o produto e expandir o mercado”, diz.
A Aspag conta com uma área de 30 hectares e possui 27 agricultores associados. Além de trabalhar com agricultores em assentamento de reforma agrária, o projeto alcança os povos e comunidades tradicionais dos ilhéus do Rio Paraná.
“As ilhas são o único recanto que ainda possuem de forma abundante o ginseng brasileiro. Nosso projeto visa a uma produção sustentável no continente para preservar as ilhas”, destaca Misael.
BUSCA PELA IG
A expectativa dos produtores é aumentar a exportação e alavancar negócios com o mercado nacional nos próximos anos, ao agregar diferencial ao produto com a obtenção do registro de Indicação Geográfica (IG) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade de Denominação de Origem.
O registro implica em reconhecer e proteger o valor agregado ao ginseng brasileiro cultivado em Querência do Norte. Nesse processo, a Aspag conta com apoio de universidades, Prefeitura de Querência do Norte, acompanhamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com suporte e orientação do Sebrae/PR.
“A ação é estruturante e realizada por um grupo de instituições parceiras e de apoio ao pequeno agricultor e ao desenvolvimento local. A IG ajudará a ampliar o mercado interno e externo, assim como dar mais segurança a quem compra e quem vende o produto. Além disso, impactará na sustentabilidade e visibilidade do município e a região”, destaca.
O grupo trabalha com a perspectiva de fazer o depósito do registro da IG para análise do INPI num prazo de até dois anos. Entre as ações que fazem parte do processo, a associação desenvolveu em 2020 o logotipo, material de apresentação com selos de qualidade e certificações, rótulo, e aderiu ao o Fórum Origens Paraná, iniciativa do Sebrae/PR que ajuda a posicionar pequenos produtores no mercado, e trabalha na organização de um caderno de anotações técnicas para produtores.
Fonte: Agência Sebrae