O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (27) que pretende concluir ainda este ano o aguardado acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Durante o 14º Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília, Lula criticou a postura protecionista da França e reafirmou que a decisão final sobre o tratado cabe à Comissão Europeia.
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada. Quem apita é a Comissão Europeia, e a Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] tem procuração para assinar. Pretendo tirar isso da minha pauta ainda este ano”, disse Lula.
Resistência francesa ao acordo
O discurso de Lula ocorre em meio a tensões comerciais com a França, onde parlamentares rejeitaram o tratado Mercosul-UE e questionaram a qualidade e os padrões sanitários da carne brasileira. Além disso, o Carrefour na França anunciou um boicote à carne sul-americana, gerando reações no Brasil, como a suspensão de fornecimento por produtores locais.
Apesar das críticas, o presidente do Carrefour na França, Alexandre Bompard, recuou e elogiou a qualidade da carne brasileira, pedindo desculpas após a repercussão negativa. O Grupo Carrefour, no entanto, justificou que a medida visava apoiar os produtores franceses, uma decisão que irritou ainda mais o setor agropecuário no Brasil.
Cúpula do Mercosul pode definir o acordo
Nos dias 5 e 6 de dezembro, durante a Cúpula do Mercosul em Montevidéu, Uruguai, o acordo de livre comércio entre os dois blocos pode finalmente ser anunciado. O tratado, negociado desde 1999, abrange questões tarifárias, regulatórias e áreas como compras públicas, barreiras técnicas e propriedade intelectual.
Lula reforçou a importância de finalizar o acordo: “Estamos há 22 anos nisso. Não é apenas por dinheiro, mas porque o Brasil precisa avançar no comércio internacional”, afirmou.
Busca por novos mercados
Além do acordo com a UE, o presidente destacou a necessidade de expandir o comércio com mercados emergentes, mencionando a China e a Índia como parceiros estratégicos. Lula convidou os empresários brasileiros a integrarem uma comitiva para explorar oportunidades na Índia, buscando parcerias em setores de inovação e tecnologia.
“O Brasil não pode continuar sendo pequeno. Precisamos entrar em mercados não viciados, para inserir a nossa indústria em espaços de inovação e crescimento”, disse Lula, ressaltando que o país tem o potencial de se tornar um protagonista global.
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Fonte: Agência Brasil