Cinco países aderem a fundo global para conservação de florestas tropicais

Alemanha, Colômbia, Emirados Árabes, Malásia e Noruega se comprometem a financiar preservação de ecossistemas em países em desenvolvimento

Durante a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16), em Cali, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) ganhou a adesão de cinco novos países: Alemanha, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Noruega. O mecanismo, lançado inicialmente pelo governo brasileiro, busca incentivar financeiramente a conservação de florestas tropicais, oferecendo compensações monetárias anuais por hectare de floresta preservada ou restaurada.

O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, que destacou que o TFFF é uma iniciativa inovadora, voltada a simplificar os processos de financiamento e monitoramento da preservação. Em vez de calcular com base na captura de carbono, o fundo define pagamentos por área conservada, utilizando imagens de satélite para verificar as áreas protegidas de acordo com critérios definidos por cada país.

Incentivos e Apoio às Comunidades Locais

Os recursos do fundo virão dos países desenvolvidos e serão proporcionais à extensão das áreas florestais conservadas. O TFFF também prevê incentivos extras para programas nacionais de combate ao desmatamento, promoção de bioeconomia e garantias de direitos às comunidades indígenas e locais que protegem essas florestas.

A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Mohammad, ressaltou que o fundo representa “um caminho para valorizar a natureza sem transformá-la em uma commodity”.

Contribuição para Metas Globais

Segundo Marina Silva, o TFFF é uma ferramenta essencial no combate à crise de biodiversidade e à crise climática, contribuindo tanto para as metas de Kunming-Montreal, da Convenção de Biodiversidade, quanto para o Acordo de Paris, embora não esteja diretamente vinculado a esses acordos.

O TFFF foi proposto pela primeira vez durante a Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, em agosto de 2023, e teve seu lançamento oficial na COP28, nos Emirados Árabes Unidos, em dezembro do mesmo ano.

Fonte: Fabíola Sinimbú, Agência Brasil