Desde a fundação do município de Cianorte em 1.953 já começou a chegada da população. Em 1.955 Cianorte foi declarada Município e separada de Peabiru, e houve a primeira eleição. Porém, já havia gente chegada aqui nestas plagas muito antes. Sem a presença de médicos na cidade a necessidade de instalar uma farmácia na cidade, em 1.953, era iminente, embora em Jussara já houvesse uma farmácia.
O pioneiro Benedito Vilela de Andrade, casado com Juraci Vilela de Andrade foi a primeira pessoa formada na área de saúde chegar em Cianorte, antes ainda dos primeiros médicos e dentistas. Era formado em Farmácia e chegou no primeiro semestre de 1.953. Montou uma farmácia na Rua Humaitá, esquina com o Bosque João XXIII. O casal construiu a 6ª casa de moradia em Cianorte!
Daniel Antunes Barbosa também chegou em Cianorte na mesma época. Daniel era formado em Oficial de Farmácia, morava em Maringá e, logo tomou que tomou conhecimento da fundação de Cianorte, através da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, se interessou em abrir aqui uma farmácia. Daniel foi o primeiro Oficial de Farmácia a chegar em Cianorte, antes mesmo da vinda de outros farmacêuticos, em outubro de 1.953. Daniel acabou participando como Vereador da primeira Câmara de Vereadores eleita em Cianorte.
Chegou aqui num ‘pé-de-bode’ do pai dele com o cunhado que já conhecia o caminho. De Maringá para cá demorou um dia inteiro e dormiram num barracão para depois conhecer Cianorte. Decidiu ficar por aqui no meio da derrubada da mata, com os troncos caídos e queimados, mas algumas ruas já existiam no meio do mato e alguns quarteirões. Montou a farmácia na Praça 26 de Julho, e o movimento era medíocre, mas com a chegada dos primeiros habitantes a situação melhorou.
Naquela época, as doenças eram frequentes e sempre atingiam as crianças, que estavam desprotegidas das vacinas, pois, sequer havia sido instituído um departamento de saúde, eis que não havia prefeito e nem prefeitura. Muitas crianças morriam de desidratação e doenças infantis. Casos como mordidas de cobra eram encaminhados para Jussara, pois Daniel não queria correr o risco de atender.
Relembrar nossa história é construí-la na memória daqueles que não conheceram Cianorte antes… Quando me deparo com alguma necessidade que o povo deseja, eu me bem lembro quanto era difícil viver numa cidade que não tinha nada, mas também nada me faltava!
Izaura Varella – Pioneira, cianortense de coração!