A seca severa em agosto, com chuvas bem abaixo da média histórica e temperaturas elevadas, impactou negativamente a agricultura paranaense, com geadas e estiagem prejudicando diversas culturas no estado.
Agosto foi marcado por um período extremamente seco no Paraná, com a precipitação média estadual de apenas 37,6 mm, muito abaixo da média histórica de 88,6 mm, segundo o Boletim Agrometeorológico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), com apoio do Simepar. A estiagem foi especialmente severa no Sudoeste e Sul do estado, regiões mais afetadas pela falta de chuvas.
Chuvas Escassas e Temperaturas Elevadas
As regiões Litoral, Norte e parte do Oeste e Região Metropolitana de Curitiba registraram volumes de precipitação entre 45 e 77 mm, mas o restante do estado teve acumulados inferiores a 41 mm, com Ubiratã, no Oeste, registrando apenas 7,2 mm. A temperatura máxima média em Cambará, no Norte, foi de 29,1°C, enquanto em Palmas, no Sul, a máxima foi de 19,4°C.
Duas ondas de frio, entre 9 e 14 e 25 e 29 de agosto, trouxeram geadas em várias áreas do estado, com a temperatura mais baixa registrada em Pinhão, de -2,7°C, em 26 de agosto.
Impacto nas Culturas Agrícolas
- Milho 2ª Safra: Colheita quase concluída, com produtividade abaixo das estimativas devido à seca, mas com resultados melhores que o esperado considerando as condições adversas.
- Milho 1ª Safra: Início da semeadura com problemas de germinação e perdas causadas pelas geadas.
- Soja: Alguns produtores iniciaram o plantio, mas a maioria aguarda melhores condições climáticas.
- Trigo: Colheita iniciada, mas com produtividade abaixo do esperado, sendo 28% das lavouras classificadas como ruins devido à seca e geadas.
- Cevada: Menos afetada por geadas devido ao ciclo vegetativo mais longo.
- Café: Colheita avançada, mas a seca resultou em grãos pequenos e leves, com produtividade e rentabilidade abaixo do esperado.
- Fruticultura: A produção de laranja e morango foi afetada pela estiagem, com má formação de frutos e abortos. O maracujá também registrou baixos rendimentos.
- Mandioca e Cana-de-açúcar: Ambas culturas enfrentaram queda de produtividade devido à seca, com a colheita da cana beneficiada pelo clima seco.
- Olericultura: Geadas afetaram significativamente as plantações de alface, tomate e outras folhosas.
- Pastagens: Baixa produção de massa verde devido à seca e geadas, além de focos de incêndio que agravaram a situação.
Fonte: IDR-Paraná, Seab, Simepar