ESTADO AINDA NÃO ATINGIU O PIOR MOMENTO DA DENGUE, DIZ SESA 

O Paraná ainda vai atingir o pico de casos de dengue no Estado. A avaliação é do corpo técnico da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), que esteve nesta terça-feira (05) na Assembleia Legislativa do Paraná para a apresentação do Relatório Detalhado do Quadrimestre anterior (RDQA) – 3º quadrimestre de 2023. A audiência pública de apresentação é promovida pela Comissão de Saúde do Poder Legislativo, abrangendo desta vez o período entre setembro e dezembro de 2023. Além de apresentar esclarecimentos das atividades e dos recursos destinados para a área de saúde, representantes da pasta detalharam o enfrentamento à dengue no Estado.

Na avaliação do diretor-geral da SESA, César Neves, o Paraná “ainda vai atingir o platô da doença”. De acordo com o último informe epidemiológico publicado pela Secretaria, o Paraná soma 58.567 casos confirmados, 155.500 notificações e 23 mortes. São ainda 37.436 casos em investigação e 53.519 descartados. “A epidemia de dengue está nos causando um grande prejuízo de pessoas doentes, pessoas afastadas do seu dia-a-dia e infelizmente até perdemos vidas por causa da doença”, disse.

Durante a audiência, Neves e os técnicos da Secretaria responderam aos questionamentos dos parlamentares e abordaram as ações realizadas pelo Estado para minimizar os efeitos da epidemia. O diretor-geral da Secretaria informou que o governo do Estado anunciou um aporte adicional de recursos de R$ 93 milhões para auxiliar os municípios no combate à dengue. Segundo ele, o valor será distribuído entre diversas áreas e tem como finalidade aprimorar o atendimento hospitalar, garantir insumos e intensificar a vigilância em saúde.

O Programa Estadual de Fortalecimento da Vigilância em Saúde (Provigia) aportará R$ 60 milhões para reforçar o monitoramento e combate à dengue com a aquisição de itens para controle vetorial e de proteção individual, assim como a produção e divulgação de materiais de conscientização. Além disso, mais R$ 20 milhões serão repassados aos 399 municípios para a compra de medicamentos e soro fisiológico.

Neves lembrou ainda que o Estado liberou R$ 8 milhões para aquisição de tablets destinados aos agentes de combate às endemias. “A notificação nas epidemias é vital, por isso vão ser distribuídos tablets para os nossos agentes para que as informações saiam em tempo real, principalmente em nível de notificação. Esta é uma importante ferramenta para nós termos números para fazer o enfrentamento”, explicou. A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Secretaria, Maria Goretti Lopes, reforçou que o governo tem correspondido ao combate. “Estamos dando respostas ao problema”.

O presidente da Comissão de Saúde, deputado Tercílio Turini (PSD), lembrou a importância da população se envolver no combate a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença. “Nós estamos passando por uma epidemia de dengue no Estado do Paraná e isso interfere na questão de atendimento. Muitas unidades ficam exclusivamente para o atendimento de dengue. O Estado e municípios têm muito que fazer, mas se não houver a colaboração e a sensibilização da comunidade, fica muito difícil fazer o controle”, reforçou.

Também participaram da reunião as deputadas Márcia Huçulak (PSD) e Mabel Canto (PSDB), e os deputados Arilson Chiorato (PT), Luis Corti (PSB), Delegado Jacovós (PL) e Hussein Bakri (PSD). 

Apresentação

Durante a audiência pública, além detalhar as respostas do Estado a dengue, César Neves apresentou os índices e metas determinadas e cumpridas pelo governo, além de mostrar uma série de detalhamentos sobre o montante e fonte dos recursos aplicados pela pasta no período. Também mostrou as auditorias realizadas ou em fase de execução no período e suas recomendações e determinações. Por fim, demonstrou a oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial própria, contratada e conveniada, apresentando dados com os indicadores de saúde da população.

A apresentação do relatório detalhado das ações desenvolvidas pela Secretaria de Saúde é uma exigência da Resolução nº 459/2012, do Conselho Nacional de Saúde, e da Lei complementar federal nº 141/2012, que estabelece que o gestor do Sistema Único de Saúde elaborará, a cada quatro meses, um relatório detalhado das ações desenvolvidas e apresentadas na Casa Legislativa, sempre ao final de cada quadrimestre.

Anulação

Durante a prestação de contas, o deputado Arilson Chiorato questionou a ausência do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, na audiência. Segundo Chiorato, o Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior deve ser apresentado pelo gestor do SUS no Estado, no caso, o secretário Beto Preto. Por isso, o parlamentar argumentou que vai pedir a anulação da reunião pela falta do gestor. A presidência da Comissão informou que vai analisar o pedido.

Fonte: ALEP