DOR DE CABEÇA PODE SER CAUSADA POR DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

A cefaléia (dor de cabeça) é apontada como uma das queixas mais frequentes nas consultas médicas e odontológicas, e seu correto diagnóstico pode demorar muito até ser realmente descoberto. As desordens temporomandibulares e a cefaleia podem estar frequentemente associadas, podendo ser encontradas em crianças, adolescentes e adultos. As alterações no sistema mastigatório (dentes, periodonto, músculos e ATM) podem levar a reações, adaptações e sintomas nesse sistema, sendo a cefaléia um dos sintomas mais comuns nos problemas de ATM.

As dores de cabeça provenientes das disfunções da ATM (Articulação Temporo Mandibular), em geral, não são propriamente de cabeça; são dores nos músculos que envolvem a cabeça. Posições posturais viciosas, relacionamento dental inadequado, apertamento e/ou ranger de dentes, associados ao stress, normalmente culminam em quadros crônicos de dores nos músculos da face, da cabeça e do pescoço.

A proximidade entre a ATM e o ouvido pode ocasionalmente confundir o paciente sobre o local de origem da dor. Na realidade, a dor de ouvido é diferente da dor de ATM. Como diagnóstico diferencial, as disfunções das ATMs não manifestam febre, não eliminam secreção pelos ouvidos e não são acompanhadas por quadros infecciosos das vias aéreas superiores.

O encaixe dos dentes, ou seja, a oclusão dental tem uma relação muito íntima com a ATM, onde ao ocluir os dentes mais para frente, mais para traz ou para os lados pode trazer consequências para a ATM, pois a oclusão é responsável pela posição do côndilo (cabeça da mandíbula) dentro da articulação. O ideal é que a oclusão tenha um relacionamento adequado, para manter côndilo e disco articular harmônicos e bem posicionados entre si, a fim de que a articulação seja saudável.

Entre as faces articulares dos ossos que compõem as ATMs existe uma estrutura fibrocartilaginosa chamada disco articular, cujas principais funções são amortecer e moldar as superfícies ósseas da articulação, evitando traumas e desgastes prematuros. Quando o disco articular se desloca de sua posição fisiológica, acontece o estalo (clique), notado nos movimentos mandibulares, tais como: falar, mastigar, cantar, bocejar, etc..

A disfunção temporomandibular é uma doença que, depois de instalada, é quase sempre progressiva. O que não se consegue determinar com exatidão é a sua velocidade de progressão e as suas consequências. Portanto, o ideal é o tratamento precoce, que certamente proporciona melhores soluções e resultados.

Os tratamentos podem variar, mas normalmente inicia-se com placas mio relaxantes para atenuar a dor, podendo ser seguida por aplicação terapêutica de Botox. Investigações mais profundas podem ser indicadas se não houver controle da dor.