Incentivo ao paradesporto é um dos destaques nos dez anos do Geração Olímpica

A atleta Mari Santilli, que vai disputar paracanoagem em Tóquio, costuma definir o programa Geração Olímpica, do Governo do Estado, como “o gigante paranaense”. A atleta é uma das bolsistas contempladas pelo programa, que em 2021 completa dez de existência. Neste período, ofertou mais de 1.150 bolsas para atletas e técnicos do paradesporto paranaense, em 18 diferentes modalidades.

Esta reportagem faz parte do especial comemorativo sobre os dez anos do Programa Geração Olímpica. Nesta edição de 2021, até o momento, 283 atletas e técnicos – desde o iniciante até o olímpico – foram contemplados com bolsas financeiras do programa. Entre eles, está Mari Santilli. Desde 2016, ela recebe a bolsa-atleta na modalidade da paracanoagem e considera o programa essencial apoiar atletas de alto rendimento, como é o caso dela.

“Não tenha dúvida que é um baita programa que eu chamo de ‘gigante paranaense’. Que vem com muita força e dá apoio para a gente”, afirma. Formada em educação física, o paradesporto nunca foi novidade em sua vida. Porém, desde que se acidentou, de atleta amadora se tornou atleta de alto rendimento. A bolsa-atleta do Geração Olímpica foi o suporte para realizar sonhos, como a participação na Rio 2016.

Para melhorar seu desempenho, entre 2019 e 2020, Mari adquiriu um barco importado, que a permitiu treinar com um equipamento top de linha. Ela conta que colocou um adesivo do Programa Geração Olímpica na embarcação, um reconhecimento pelo suporte financeiro que recebe para representar o Paraná e o Brasil com sua modalidade.

Na Paralímpiada 2020, três atletas da paracanoagem representarão o País: Mari Santilli, Adriana Azevedo e Giovane Vieira – todos bolsistas Geração Olímpica.

FUTURO

A continuidade do esporte paranaense é incentivada através de bolsas financeiras para atletas ainda no nível escolar. É o caso do Matheus Bonamigo. Em 2019, ele descobriu o atletismo e seu desempenho chamou a atenção. No ano seguinte e com bons resultados, foi contemplado com a bolsa-atleta, categoria formador estadual, pelo atletismo nas provas de corrida de 800 e 1500 metros.

A meta de Matheus são os Jogos Paraolímpicos de 2024. Com o auxílio da bolsa, o jovem atleta de 18 anos conseguiu dar continuidade aos treinamentos durante a pandemia. Defendendo o Instituto Reagir, Matheus parou apenas por 15 dias e iniciou os treinos com um técnico paralelo ao da equipe e em uma pista alternativa.

“Treino todo dia. Treinos de corrida são três vezes e fortalecimento muscular, na academia, são duas vezes. Aos sábados, faço um treino mais leve de corrida. Aos domingos tenho meu descanso”, explica.

A grande incentivadora e fã é sua mãe Michelle Bonamigo. Segundo a mãe, Matheus foi estimulado desde pequeno – fez judô, natação, dança (hip hop) – mas foi o atletismo que o conquistou logo de cara.

Matheus nasceu com uma má formação intestinal, teve uma parada cardíaca com cinco dias de vida e uma lesão cerebral. Durante esses 18 anos, já passou por 10 cirurgias longas. E a bolsa-atleta dá suporte financeiro para buscar profissionais para desenvolverem os pontos fortes do atleta e corrigir a parte motora.

O atleta tem acompanhamento com nutricionista, pratica pilates como fisioterapia contínua e, agora, iniciou o acompanhamento com uma psicóloga esportiva para estimular a concentração, reduzir e controlar o nervosismo pré-competições.

“O programa é super incentivador para todos os atletas”, afirma Michele. “Ajuda os atletas e a família. Dá um alívio para tocar as coisas e se dedicar mais ao esporte. O Matheus conta com uma equipe multidisciplinar que sem o incentivo não seria possível”.

Ela afirma que a bolsa do Geração Olímpica vai além de um suporte financeiro ao atleta, ajuda na motivação e no convívio familiar. Neste ano, Michelle teve os dois filhos contemplados – o irmão de Matheus ganhou bolsa pelo basquetebol.

“É algo que envolve muito a família. Aqui ficamos ansiosos e fazemos tudo junto. No dia que saiu a lista foi dia de comemoração, dia de pizza”, brinca.

JOGOS

Representando a bocha paraolímpica está o técnico Darlan França Ciesielski Junior, que recebe a bolsa pelo Geração Olímpica desde 2012. Há 19 anos ele é técnico de bocha adaptada pelo time da Associação de Deficientes Físicos do Paraná (ADFP).

Darlan França afirma que viu a evolução do paradesporto paranaense e que uma das alavancas para o avanço foram os Jogos Abertos Paradesportivos (Parajaps). Criado em 2012, o Parajaps é a principal competição paradesportiva do Estado. É realizado pelo Governo do Paraná, por meio da Superintendência de Esporte, e reúne mais de .1500 atletas em 17 modalidades, coletivas e individuais, que levam competição a diversos municípios paranaenses.

“A competição evoluiu em nível técnico e organização ano a ano. Isso é bem evidente”, diz Darlan. O assessor técnico do esporte, da Superintendência de Esporte, Moisés Batista, explica que o Parajaps também é um indicador de desenvolvimento do paradesporto no Paraná. Atualmente, 13% dos municípios paranaenses participam da competição e a meta é atingir 15% na atual gestão.

“O Parajaps é a porta de entrada do atleta para o circuito nacional de competições. Serve de primeiro resultado”, acrescenta.

Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná