Produção industrial paranaense cresce 5,2% entre maio e junho

A produção industrial paranaense cresceu 5,2% entre maio e junho deste ano, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal Regional divulgada nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o segundo indicador positivo em sequência depois do impacto mais emblemático da crise provocada pelo novo coronavírus no setor. Houve retomada em 14 das 15 unidades da Federação que fazem parte do estudo e de 8,9% no indicador nacional nesse mesmo período.

O crescimento vem depois de um salto de 24,1% entre abril e maio e renova os sinais de recuperação da economia e da confiança do setor no Paraná. O Estado registrou crescimento de 1,2% em janeiro e 2,5% em fevereiro, mas a paralisação de algumas atividades e os impactos negativos da Covid-19 em nível global geraram quedas de 6% em março e 27,4% em abril. O resultado acumulado do semestre é de -8,6%, à frente do nacional, de -10,9%.

Na comparação com junho do ano passado, as perdas na indústria chegaram a 6,8%, mas estão entre as menores na comparação com os outros estados nesse recorte. Em abril de 2020, frente ao mesmo mês de 2019, a indústria paranaense chegou a registrar queda de 30,7%. Esse também foi o mês da diferença mais acentuada em nível nacional, de -27,5%. No acumulado dos últimos doze meses houve perdas de 2% no Paraná.

Os resultados positivos indicam que a economia paranaense aponta para um certo reequilíbrio. Houve saldo positivo de empregos em junho, expectativa de atração de R$ 4,7 bilhões em novos investimentos privados nos próximos meses e o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre foi positivo, muito em função da safra de verão e do dólar alto, o que favoreceu as exportações do agronegócio paranaense. O saldo da balança comercial em junho também foi favorável ao Estado e ficou em US$ 645,9 milhões.

O último boletim econômico conjuntural aponta que 98% das empresas do Estado já retomaram a produção. Em todo o Paraná apenas 2.667 empresas (1.799 inseridas no Simples Nacional e 868 no Regime Normal) seguiam fechadas na semana passada. Setorialmente, a indústria de alimentos opera em 108,2% do nível pré-pandemia e a indústria de transformação já atingiu 104,5%.

SETORES

Na análise setorial dez dos 14 ramos da indústria apresentaram taxas positivas no Paraná entre junho de 2019 e junho de 2020 – não há recorte setorial na evolução entre meses sequenciais do mesmo ano. Os maiores avanços foram em bebidas (26,3%), produtos de metal (18,2%), móveis (13,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,7%), produtos alimentícios (3,8%), derivados de petróleo e biocombustíveis (3,3%), produtos minerais não metálicos (3,1%) e produtos de borracha e material plástico (2,1%).

As perdas mais acentuadas nesse quadro foram em veículos automotores, reboques e carrocerias (-50,7%) e máquinas e equipamentos (-21,7%).

No acumulado de 2020, apenas derivados de petróleo e biocombustíveis (8,1%), indústria alimentícia (6,3%), celulose, papel e produtos de papel (5,4%) e produtos de metal (1,9%) registraram variações positivas na comparação com os seis primeiros meses de 2019. Houve perdas significativas em veículos automotores, reboques e carrocerias (-40,5%), máquinas e equipamentos (-31,3%) e produtos de madeira (-18,2%).

PRODUTOS

Entre junho de 2019 e junho de 2020 houve incremento do volume de produtos em todos os setores analisados, menos no de automóveis. Algumas evoluções destacadas pelo IGBE foram registradas nas fábricas de óleo de soja refinado e beneficiamento de açúcar; cervejas e refrigerantes; óleos combustíveis; adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio; filmes de material plástico; misturas betuminosas para asfalto; fogões de cozinha e refrigeradores; e colchões e cômodas de madeira.

NACIONAL

Segundo o IBGE, o resultado do crescimento de 8,9% da atividade industrial entre maio e junho de 2020 reflete a ampliação do movimento de retorno à produção (mesmo que de forma parcial) de unidades produtivas que interromperam seus processos produtivos por conta dos efeitos causados pela pandemia. Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 9% em junho. No acumulado do ano, frente a 2019, houve redução em 13 dos 15 locais pesquisados.

CRESCIMENTO

A produção industrial paranaense cresceu 7,8% no primeiro semestre de 2019. Foi o segundo melhor índice do País naquele período, atrás apenas do Rio Grande do Sul (8%), e bem superior ao recorte nacional, que apontou retração de 1,6%.

O crescimento no semestre foi puxado principalmente pelo bom desempenho do setor automotivo (23,8%), de máquinas e equipamentos (22,2%), alimentos (10,5%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,6%). Os números da indústria automobilística paranaense cresceram quase sete vezes mais do que o resultado nacional, de 3,5%.

A indústria do Paraná desacelerou no segundo semestre e encerrou o ano passado com um avanço de 5,7%. De acordo com o IBGE, foi o maior índice de produção industrial do País. O resultado acumulado do ano foi o maior do Estado desde 2011, quando a indústria cresceu 11,2% em relação a 2010. O balanço nacional indicou um recuo de 1,1% no período.

Os maiores avanços do ano passado foram em veículos automotores, reboques e carrocerias (25,7%), máquinas e equipamentos (9,5%), alimentos (8,8%), produtos de metal (7,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,3%). Nos setores automotivo e alimentício, bases consolidadas da economia estadual, os índices paranaenses também foram os maiores do País. No Brasil, os crescimentos foram de 2,1% e 1,6%, respectivamente.

Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná