O Campeonato Paranaense está parado desde 15 de março e não tem uma data oficial para voltar. Clubes e Federação planejam (ou planejavam) a retomada do estadual para 15 de julho, mas o avanço do Covid-19 em várias regiões do Paraná deve adiar o reinício e pode até mudar o formato da competição.
Uma nova reunião será realizada até a próxima quarta-feira, 08 de julho, para que tudo seja resolvido, desde a data de retorno ao formato do estadual. O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, deve participar desse encontro. Segundo as informações algumas equipes defendem o reinício do estadual no dia 19 de julho.
QUANDO VOLTA?
Em 26 de junho, os oito clubes classificados para o mata-mata e a Federação Paranaense de Futebol (FPF) realizaram uma reunião por vídeo e marcaram a volta para 15 de julho. De lá para cá, porém, o número de mortes por coronavírus no estado aumentou.
O Governo do Paraná, então, anunciou restrições em várias regiões. Na teoria, Athletico, Coritiba, Paraná, FC Cascavel, Cianorte e Londrina não podem treinar. Deles, só o Paraná conseguiu liberação da prefeitura de Quatro Barras e continuou com as atividades presenciais.
Se não forem ampliadas, essas restrições acabam em 14 de julho (um dia antes da data prevista para o reinício). Porém, como a maioria não tem treinado, a volta do Paranaense deve ser adiada. Clubes e FPF devem realizar uma nova reunião nesta semana para tomar uma decisão.
O FORMATO SERÁ MANTIDO?
O Campeonato Brasileiro está previsto para voltar em 07 de agosto. Portanto, o estadual precisaria começar até 15 de julho para terminar a tempo e seguir com o formato atual, com seis datas e jogos de ida e volta nas quartas de final, nas semifinais e na final.
Se o Paranaense não recomeçar em 15 de julho, de duas, uma. Ou ele vai encavalar com o Brasileirão (o que os clubes querem evitar). Ou ele terá que mudar o formato para terminar mais rápido.
Uma opção discutida em reunião entre os clubes, mas sem a FPF, segundo a Rádio Banda B, seria realizar as quartas, as semis e a final em jogo único. Isso reduziria o estadual de seis para três datas.
COMO ESTÁ A SITUAÇÃO NA CAPITAL?
O Athletico está com os treinos suspensos desde a metade de junho porque a Prefeitura de Curitiba já tinha suspendido atividades esportivas na capital. Antes disso, o clube teve oito profissionais – a maioria jogadores – diagnosticados com coronavírus.
Essa restrição na capital não afetava Coritiba e Paraná Clube, já que os dois treinam na Região Metropolitana. Mas a decisão do Governo, aí sim, suspendeu as atividades da dupla Paratiba.
O Paraná Clube, porém, conseguiu a liberação da Prefeitura de Quatro Barras e continuou treinando. Já o Coritiba não conseguiu convencer a Prefeitura de Colombo e deu uma folga (forçada) ao grupo.
E COMO ESTÃO OS OUTROS CINCO?
Ponta Grossa não está entre as cidades afetadas pela decisão do governo. Com isso, o Operário-PR mantém treinos presenciais. Paranaguá também está com treinos liberados, mas o Rio Branco-PR – até por conta de toda essa indefinição – ainda realiza só atividades online.
O Londrina também seguia com treinos à distância mesmo antes de o Governo anunciar as restrições em várias cidades – entre elas, Londrina.
Cianorte e FC Cascavel, que já realizavam treinos presenciais, tomaram decisões distintas entre eles. O Cianorte seguiu a recomendação do Governo e suspendeu os treinos. Já o FC Cascavel argumentou que os jogadores estão isolados no CT e, por isso, seguiria treinando.
LINHA DO TEMPO – CORONAVÍRUS E FUTEBOL NO PR
12 e 13 de março: o estado do Paraná registra os primeiros casos de coronavírus. Os clubes já vendiam ingressos, mas a Federação anuncia que os jogos da 11ª rodada seriam com portões fechados, assim como Minas, Rio Grande do Sul, Rio e São Paulo (na capital).
15 de março: os seis jogos do domingo, pela última rodada da primeira fase, são disputados com portões fechados. O Coritiba goleia o Athletico no Couto Pereira, o Operário-PR vence o Londrina fora, e o Paraná Clube perde para o Toledo no 14 de Dezembro.
16 de março: nos dias seguintes, os clubes começam a dar férias para seus jogadores. No dia 20, a própria Federação anuncia férias coletivas. Na época, o estado do Paraná tinha 36 casos confirmados de coronavírus e 202 suspeitos, mas sem nenhuma morte.
Abril: no dia 6, o estado registra as primeiras mortes por coronavírus. Nos dias seguintes, os clubes, que, em sua maioria, tinham anunciado só 15 ou 20 dias de férias, adiam o retorno dos treinos para maio. Sem jogos, os clubes reduzem salários de jogadores e funcionários.
Primeira quinzena de maio: os clubes voltam aos treinos, mas só com atividades online. Ou seja, cada jogador realizava os exercícios em casa, sob orientação dos profissionais do clube. O Athletico, por exemplo, oferece materiais aos jogadores, como bicicleta ergométrica.
25 de maio: a Secretaria de Saúde do Paraná libera a volta aos treinos presenciais, mas com limitações. Em um primeiro momento, os jogadores realizam atividades individuais, sem contato entre eles. Londrina e Rio Branco-PR preferem manter os treinos online.
10 de maio: após 100% de testes negativos, o Coritiba realiza uma nova baterias de exames, e dois profissionais são diagnosticados com coronavírus. Antes, o Paraná já tinha tido um caso, e o FC Cascavel, três. O Athletico também faz testes, mas não divulga os resultados.
1° de junho: o Brasil ultrapassa a marca dos 30 mil mortos. Athletico, Coritiba, Paraná, Operário-PR, Cianorte e FC Cascavel mantêm as atividades presenciais, mas ainda sem previsão de retomada do estadual – Londrina e Rio Branco-PR seguem com treinos online.
13 de junho: o estado chega a 117 mortes (14 delas em Curitiba). A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba coloca a cidade no nível laranja e impor várias limitações, como suspender atividades físicas. A decisão afeta principalmente o Athletico, que treina na capital.
26 de junho: um dia após os clubes da Série A planejarem o Brasileirão para 8 de agosto, os oito classificados para o mata-mata se reúnem pela primeira vez com a Federação. No encontro, eles projetam a retomada do estadual para 15 de julho e a final para antes do Brasileirão.
27 de junho: o Athletico realiza exames às pressas após um jogador avisar que teve contato com uma pessoa contaminada pelo coronavírus. Na segunda, dia 29, o GloboEsporte.com apura que oito profissionais – a maioria jogadores – deram positivo para o Covid-19.
30 de junho: o estado chega a 626 mortes e 22.623 casos. Com isso, o governo anuncia restrições, entre outros lugares, para Curitiba e Região Metropolitana, Londrina e Cascavel. Seis dos oito classificados têm os treinos suspensos. Em 1° de julho, o Brasil supera 60 mil mortes.
Fonte: Globo Esporte