O Athletico pede que o decreto que proíbe os treinos em Curitiba seja revisto. A decisão da Prefeitura, anunciada no sábado (13 de junho), coloca a cidade no nível laranja (risco médio) e impõe restrições com o objetivo de reduzir a disseminação do coronavírus. O decreto afeta não só o Athletico, mas todo o Campeonato Paranaense.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) terá uma reunião com a Prefeitura de Curitiba nesta segunda-feira (15) para tratar do tema e poder definir um planejamento. A proibição de treinos em Curitiba aumenta as dúvidas sobre uma possível data para o retorno do estadual.
A Secretaria Municipal de Saúde diz que, por enquanto, vale a decisão de sábado e que não há previsão de quando as atividades esportivas serão liberadas – e, consequentemente, o Athletico possa treinar.
Enquanto busca uma liberação para os treinos em Curitiba, o Athletico vai realizar uma nova bateria de exames de coronavírus. O Furacão já tinha feito os testes, mas sem divulgar os resultados.
Como as restrições atingem só a capital (pelo menos por enquanto), Coritiba e Paraná Clube, que treinam na Região Metropolitana, não são afetados e podem seguir com as atividades. O CT da Graciosa fica em Colombo, e o Ninho da Gralha está localizado em Quatro Barras.
Um Fórum Metropolitano de Saúde terá uma reunião às 15h desta segunda-feira. Se ele seguir a decisão da Secretaria de Curitiba, Coritiba e Paraná também serão impedidos de treinar.
FC Casvavel, Cianorte e Operário-PR ainda não sabem se vão manter as atividades nos próximos dias. Já Londrina e Rio Branco-PR, que nem tinham voltado aos treinos presenciais, continuam apenas com os trabalhos pela internet, com cada jogador na sua respectiva casa.
O Campeonato Paranaense está paralisado desde 15 de março, ou seja, há exatos três meses. As quartas de final terão Paraná Clube x Coritiba, Londrina x Athletico, Cianorte x Operário-PR e Rio Branco-PR x FC Cascavel – confira a tabela completa do estadual.
RESTRIÇÕES EM CURITIBA
Além dos treinos de futebol, o decreto da Prefeitura de Curitiba também suspende o funcionamento de academias, igrejas e templos religiosos, praças e parques públicos, atividades de entretenimentos com ou sem música (tais como festas, teatros, circo e atividades correlatas), bares e atividades correlatas, clubes sociais e esportivos. E outras áreas passam a funcionar em horário reduzido, como comércio de rua (de 10h até 16h) e shoppings (de segunda a sexta-feira, entre 12h e 20h).
CORONAVÍRUS E FUTEBOL NO PARANÁ
12 de março: o estado do Paraná registra os primeiros casos de coronavírus. Os clubes já vendiam ingressos para a 11ª rodada, mas a Federação Paranaense de Futebol (FPF) realiza reuniões para definir se os jogos poderiam ter torcida ou não.
13 de março: a Federação decide que os jogos da 11ª rodada seriam realizados, mas com portões fechados. Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo (para a capital) já tinham decidido que os jogos daquele final de semana seriam sem torcidas.
15 de março: os seis jogos da 11ª rodada, a última da primeira fase, são disputados com portões fechados. O Coritiba goleia o Athletico no Couto Pereira, o Operário-PR vence o Londrina fora, e o Paraná Clube perde para o Toledo no 14 de Dezembro.
16 de março: nos dias seguintes, os clubes começam a dar férias para seus jogadores. No dia 20, a própria Federação anuncia férias coletivas. Na época, o Paraná tinha 36 casos confirmados de coronavírus e 202 suspeitos, mas sem nenhuma morte.
Primeira quinzena de abril: no dia 6, o estado registra as primeiras mortes por coronavírus. Nos dias seguintes, os clubes paranaenses, que, em sua maioria, tinham anunciado apenas 15 ou 20 dias de férias, estendem o prazo e adiam o retorno dos treinos para o início de maio.
Segunda quinzena de abril: o estado do Paraná fecha abril com 86 mortes e 1.407 casos de coronavírus. Com os efeitos da paralisação, os clubes reduzem os salários de jogadores e funcionários. O Coritiba também faz um corte no quadro de funcionários.
Primeira quinzena de maio: os clubes paranaenses voltam aos treinos, mas só com atividades online. Ou seja, cada jogador realizava os exercícios sob orientação dos profissionais do clube. O Athletico, por exemplo, oferece materiais aos jogadores, como bicicleta ergométrica.
25 de maio: a Secretaria de Saúde do Paraná libera a volta aos treinos presenciais, mas com limitações. Em um primeiro momento, os jogadores realizam atividades individuais, sem contato entre eles. Londrina e Rio Branco-PR preferem manter os treinos online.
1° de junho: o Brasil ultrapassa a marca dos 30 mil mortos. Athletico, Coritiba, Paraná, Operário-PR, Cianorte e FC Cascavel mantêm as atividades presenciais, mas ainda sem previsão de retomada do estadual – Londrina e Rio Branco-PR seguem com treinos online.
10 de junho: o Coritiba realiza uma nova baterias de exames, e dois profissionais são diagnosticados com coronavírus. Antes, o Paraná Clube já tinha tido um caso, e o FC Cascavel, três. O Athletico também faz os testes, mas prefere não divulgar os resultados.
13 de junho: o estado chega a 117 mortes por coronavírus (14 delas em Curitiba). A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba decide colocar a cidade no nível laranja e impor várias limitações, como proibir as atividades físicas. A decisão afeta não só o Atheltico, mas todo o estadual.
Fonte: Globo Esporte