O Estado inovador é aquele que funciona como indutor do desenvolvimento e facilitador do ambiente de negócios, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta quarta-feira (21) durante o III Fórum de Gestão Pública, realizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Ele participou de um debate com o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, e representantes das entidades empresariais dos dois Estados.
“O Estado tem que ser o timoneiro, aquele que dá o norte para o desenvolvimento. Atrapalhar o menos possível a vida de quem quer empreender é um grande negócio, porque o Poder Público de maneira geral cria muitas regras. Temos que criar um ecossistema que vença essa questão cultural. O Estado tem que ser menor e facilitar a vida de quem empreende porque esse empreendedor está gerando emprego, a grande solução para os nossos problemas”, afirmou Ratinho Junior.
O governador do Paraná também destacou que um Estado vocacionado para apresentar soluções para os problemas dos cidadãos deve estar aberto a conversar com o setor produtivo, buscar diferentes maneiras de responder demandas represadas. “Temos um grande desafio que é repensar a máquina pública. Ao longo das últimas décadas os Estados não tiveram a mesma dinâmica do desenvolvimento tecnológico que o meio privado, que soube absorver e colocar em prática. Por um período muito longo o gestor público foi professor de Deus, hoje precisa ser um ouvidor”, complementou.
Ele também destacou que inovação é parte do processo de buscar benefícios concretos para a população e citou como exemplos dos primeiros meses de gestão o programa Descomplica (que permite abertura de empresas de menor risco em apenas 24h), os aplicativos da Secretaria de Educação que permitem avaliações periódicas dos alunos e controle de frequência, o Paraná Serviços, que facilita a contratação de profissionais autônomos, e o Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), plataforma-robô que orienta os cidadãos em mais de 380 serviços.
O governador ainda ressaltou que a inovação não pressupõe necessariamente o uso de tecnologia. “O desafio não é diferente da iniciativa privada: é preciso mudança de cultura. As pessoas resistem. Implementar novas metodologias pressupõe muito trabalho e uma equipe que tenha o mesmo propósito. E esse desafio precisa ser compartilhado com a sociedade civil organizada em um movimento para que o Estado seja mais ágil e nunca um entrave”, finalizou.
SINERGIA
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, defendeu um plano de desestatização, em sinergia aos princípios da administração federal, e disse que o papel da iniciativa privada é executar aquilo que o Estado não tem realizado de maneira satisfatória. “Governar o Governo é o primeiro passo. Quando se governa o Governo, que quer dizer controlar a máquina pública longe de interesses pessoais, você libera ele para ser inovador. Governar é diminuir o sofrimento das pessoas e ser mais criativo naquilo que realmente é importante”, afirmou.
Moisés também citou exemplos recentes de inovações em Santa Catarina como a implementação de uma reforma administrativa, revisão de contratos e um decreto que pressupõe obrigatoriedade de pregão eletrônico para compras. Ele mencionou, ainda, o programa para cortar o uso de papel na administração direta, o lançamento de um aplicativo para compra de combustíveis, a formatação de um modelo de CNH Digital e uma agenda para estabelecer parcerias com a iniciativa privada para vender ativos imobiliários, centro de eventos e a gestão de parques e penitenciárias.
“O empresário já faz seu papel de gerar emprego e renda. Quando empreende ele melhora a vida das pessoas. O Estado tem que acompanhar com infraestrutura e acolher as demandas de saúde e educação. Nosso interesse é de empoderar o empresário e dar mais condições dele intervir naquilo que o Estado não opera bem”, reforçou o governador de Santa Catarina.
VIA DE MÃO DUPLA
A Faciap, segundo seu presidente, Marco Tadeu Barbosa, defende um Estado mínimo com maior participação da sociedade. Ele afirmou que o III Fórum de Gestão Pública foi pensado para que gestores públicos e a iniciativa possam dialogar em nível regional com intuito de pactuar para o desenvolvimento do País.
“A gente procura essa aproximação de uma forma muito clara e transparente para levar ao Poder Público a nossa expertise, e vice-versa. É fácil para a sociedade achar que as regras não podem ser mudadas, mas nosso papel é tão importante quanto o do gestor público para apontar aquilo que podemos melhorar enquanto sociedade”, complementou.
Jonny Zulauf, presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), complementou que o setor empresarial deve exercer seu protagonismo dentro dos limites constitucionais, mas com papel de liderança. “Nós queremos diminuir os encargos e as burocracias, objetos que também fazem parte do discurso dos representantes do Poder Público, mas se não formos presentes não vamos mexer com a cultura corporativista do Estado. E isso envolve o Ministério Público, Assembleias Legislativas, Tribunais de Conta, privilégios de alguns setores. Não basta só os governadores quererem. Nós também temos que fazer a nossa parte”, concluiu.
FÓRUM
O Fórum da Faciap acontece todos os anos para incentivar a participação dos empresários na construção de Estados melhores. Neste ano o simpósio teve como meta levar o diálogo com governantes de Estados que têm puxado a atração de investimentos e empregos com novos modelos de gestão. A Faciap representa 290 associações comerciais e um universo de mais de 50 mil empresas no Paraná.
PRESENÇAS
Estiveram presentes no Fórum o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o presidente da Celepar, Allan Costa, mediador do encontro; o diretor de operações do BRDE, Wilson Bley; os deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo), Homero Marchese, Cobra Repórter, Márcio Pacheco e Nelson Luersen; além de empresários de todas as regiões do Estado.
Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná