ALCOOLISMO EM CANTEIROS DE OBRA

O alcoolismo é um problema de saúde pública muito grave e assume formas ainda mais perigosas na construção civil, um ramo de atividade que além da resistência física, atenção e raciocínio rápido, utiliza materiais e equipamentos extremamente pesados e perigosos, motivo esses que colocam em risco não só à integridade física dos operários mas também das pessoas que de alguma forma estão envolvidas no processo como um todo. Apesar disso tudo, o assunto ainda é muito negligenciado no nosso dia a dia.

Além disso o alcoolismo ainda é responsável por uma visível diminuição na produtividade e na qualidade das edificações, um grande motivador de faltas e atrasos ao serviço, mentiras, discussões e brigas entre os operários. É um hábito com grande tendência de virar doença, por isso deve ser tratado o quanto antes, em especial na construção civil que como já vimos é repleta de situações de risco, lembrando que uma única dose de bebida é o suficiente para deixar a pessoa alterada: mesmo que ela não perceba os efeitos, já pode ser considerada incapacitada para realizar atividades, pois está sujeita a provocar ou sofrer acidentes.

Mas tudo isso começa com o péssimo hábito de beber socialmente, isso se torna cada vez mais constante na vida da pessoa, pois a bebida acaba funcionando como “anestesia” para estresse, cansaço físico e principalmente para a falta de perspectivas no âmbito pessoal e profissional. A bebida dá uma sensação agradável, mas passageira. O tempo passa e o indivíduo bebe cada vez mais, não conseguindo ficar nem mais um dia sem ingerir bebida alcoólica, começa então a sentir os sinais de abstinência (tremores, convulsões, alucinações), e a persistência nisso acaba levando a um quadro grave de dependência.

A pessoa se torna rude e violenta, prejudicando seu convívio com as pessoas (familiares, amigos e colegas de trabalho), ficando sujeito a uma série de sintomas como perda de memória, raciocínio embaraçado, falta de coordenação motora, convulsões, dores e queimação nos braços e pernas. Além disso com o passar do tempo surgem problemas no fígado (cirrose), coração (infarto) e no cérebro (AVC).

Os especialistas no assunto consideram o alcoolismo uma doença sem cura, mas que pode ser controlada com acompanhamento médico e com apoio social/psicológico ao doente e a sua família. Este problema deve ser combatido o quanto antes, e o alcoólatra não deve ser marginalizado pela falta de compreensão da doença que apresenta, pelo contrário, ele deve ser amparado e atendido.

Diagnósticos médicos conseguidos através de exames periódicos podem ser uma excelente ferramenta para verificação à tendência da pessoa se tronar alcoólatra. Entretanto, os encarregados da obra que têm um contato mais próximo com os operários tem uma excelente ferramenta para identificar problemas executando o Diálogo Diário de Segurança, onde as equipes são reunidas antes do início do serviço para que seja feita uma análise das condições de trabalho e o que vem acontecendo na obra. Caso seja percebida alguma alteração de comportamento, o trabalhador deverá ser afastado de qualquer atividade de risco e ser orientado a buscar ajuda.

Mas onde encontrar ajuda? – Um bom começo para a recuperação é procurar os Alcoólicos Anônimos, que há décadas vem prestando um valioso trabalho para diminuir o alcoolismo em todo o mundo. O site do A.A. Fica em www.alcoolicosanominos.org.br. Os sindicatos também mantêm serviços de apoio e podem ser um auxiliar importante.

Geralmente, o alcoólatra nega que bebe e mesmo quando admite é muito difícil aceitar que está bebendo em excesso e muito menos que é um doente. A propósito, admitir a doença é o primeiro passo para procurar ajuda e iniciar o processo de estabilização da doença. Dificilmente um viciado em álcool, drogas, ou qualquer outra coisa consegue sair do vício sozinho. Compete a todos nós saber identificar o problema e conduzir os doentes para o tratamento. A segurança e a qualidade das obras agradecem.

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Não percam e até lá!

Se você ou algum colega apresentar sintomas de alcoolismo não se envergonhe e não se omita: procure ajuda urgentemente. Identificar o doente, a doença e as suas causas são os primeiros passos para controlá-la. Entre os sintomas mais comuns estão:

Acidentes frequentes no trabalho e fora dele;

Constantes faltas ou atrasos;

Saídas frequentes durante o horário de trabalho;

Não consegue realizar determinadas tarefas;

Diminui a produtividade e a qualidade do serviço executado;

Começa a mentir e pedir dinheiro emprestado com os colegas;

Lentidão ao agir e falar;

Pouca preocupação com a aparência e higiene pessoal;

Estado de excitação, euforia e aumento de energia física;

Constante alteração de humor;

Tremores nas mãos e câimbras;

Apresenta inchaço e vermelhidão no rosto, em especial no nariz;

Negação do uso de bebidas.