A prefeitura de Cianorte, em parceria com o Conselho de Segurança de Cianorte (CONSEC), inicia amanhã (31) o serviço completo de concretagem nos fundos do setor de carceragem provisória da 21ª Subdivisão da Polícia Civil (SDP). Serão aplicados 8 cm de concreto e uma camada de 15 cm de cascalho, totalizando 20 cm de base. A medida precisou ser tomada frente as mais de 40 tentativas de fugas – quatro com êxito – que aconteceram no local nos últimos meses. O órgão municipal prevê que até a próxima quinta-feira (8), caso o tempo permaneça estável, a obra esteja concluída.
A Secretaria de Serviços Municipais, responsável pelo empreendimento que abrange uma área de 600 m², realizará serviços de limpeza do ambiente e reparação de todos os túneis e buracos existentes nos fundos da SDP. “A situação atual, em relação à segurança, é muito frágil neste espaço. Por conta disso, O CONSEC solicitou nosso auxílio. Isso é uma obrigação do Estado, mas a gente está assumindo por entender a importância que representa para a segurança pública. Ajudaremos com o cascalho, máquinas e concreto e pretendemos entregar o quanto antes para que essas atitudes não se repitam”, apontou o secretário da pasta, Alan Marchini.
A carceragem conta, atualmente, com 150 detentos, sendo que a capacidade é de 40. “O setor possui uma estrutura bastante fragilizada, tornando-se inadequado para a manutenção de presos. Por conta disso, as paredes, chão, piso, portas e a laje, diante dos diversos motins, rebeliões e tentativas de fuga por buracos ou túneis,acabaram fragilizando ainda mais a estrutura que já era precária”, apontou o delegado adjunto, Carlos Gabriel Stecca.
Segundo ele, a concretagem deverá colaborar para a segurança da unidade e a permanência dos prisioneiros. “A estrutura física que será propiciada auxiliará para que a gente consiga evitar essas fugas e mantermos esses detentos aqui dentro, evitando que continuem praticando crimes”, completa. Das evasões realizadas, ainda existem foragidos de altíssima periculosidade soltos acusados de crimes de roubo, homicídio, tráfico e latrocínio. “Enfim, que deviam permanecer afastados da sociedade presos, mas que, infelizmente,diante da estrutura não conseguíamos garantir a permanência deles”, completa.
Em algumas partes mais críticas, a edificação conta com um conserto providenciado às pressas há alguns anos. “O concreto foi colocado sem muito projeto, sem muita estrutura, sendo bastante frágil. São tão poucos centímetros que os detentos, utilizando apetrechos manuais, improvisados do dia-a-dia, que conseguem perfurar a estrutura e em poucas horas de trabalho construir um túnel. Não fossem as ações dos agentes de cadeias e policiais civis e militares, eles teriam empreendido várias outras fugas”, diz Stecca que espera com a concretagem do pátio dificultar estas ações. “Serão barreiras muito maiores para que eles obtenham a liberdade indevidamente”, conclui.
Da Redação / Foto: Luiz A. Barbosa/FOLHA
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