Porto Alegre recolhe 180 mil toneladas de resíduos após enchentes

Cerca de 50 mil toneladas ainda aguardam destinação, e trabalho segue com desafios logísticos e ambientais

Sete meses após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, Porto Alegre contabiliza o recolhimento de 180 mil toneladas de resíduos acumulados pelas inundações. Desse total, 130 mil toneladas já foram destinadas a aterros sanitários, enquanto 50 mil toneladas ainda aguardam destinação definitiva, armazenadas em um “bota-espera” na zona norte da cidade, no bairro Sarandi, uma das regiões mais atingidas.

As enchentes, que também deixaram 183 mortos no estado, demonstraram a dimensão do desafio logístico enfrentado pela capital. “Esse trabalho envolveu mais de 4 mil trabalhadores ao longo de sete meses, além de mais de 100 contratos emergenciais que totalizaram um investimento de R$ 200 milhões”, explicou Carlos Alberto Hundertmarker, diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).

Impacto no sistema de limpeza urbana

O volume de resíduos acumulados pelas enchentes equivale a 146 dias de coleta regular em Porto Alegre. Antes da catástrofe, o DMLU recolhia diariamente 1.780 toneladas de resíduos, incluindo orgânicos, rejeitos e recicláveis. Contudo, a infraestrutura de triagem foi severamente prejudicada, com 8 dos 17 pontos de triagem da cidade completamente alagados.

Segundo o DMLU, cerca de 40,5% dos materiais destinados ao aterro possuem potencial reciclável, o que aponta a necessidade de ampliar a coleta seletiva. “Porto Alegre já foi referência nacional na separação de resíduos, mas precisamos resgatar e expandir esse hábito com o apoio da população”, destacou Hundertmarker.

Próximos passos e gestão dos resíduos remanescentes

Para concluir a destinação das 50 mil toneladas remanescentes, a prefeitura contratou novos serviços, que incluem equipamentos, caminhões e força de trabalho para remoção e transporte de diversos tipos de resíduos, como móveis, eletrodomésticos e entulhos. O prazo para finalização desse processo é de 75 dias, com os resíduos sendo enviados para aterros em Minas do Leão e Santo Antônio da Patrulha, na região metropolitana.

Além da limpeza, foram realizadas ações de recuperação urbana, como pintura de meio-fio e conserto de calçadas. Entretanto, o diretor do DMLU reforçou que a tragédia evidenciou a importância de um sistema mais robusto de separação de resíduos e educação ambiental para evitar futuros acúmulos indevidos.

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Fonte: Agência Brasil