Não se olha através da janela sob um único ponto de vista. Ao ampliar a visão da janela que se descortina, necessário se faz olhar com vontade, porque a vontade é a fonte fundamental de todas as nossas impressões diante da vida. Como dizia Schopenhauer, a vontade é “a coisa em si mesma”. Em toda e qualquer luta que se empenha o ser humano tem que estar presente a vontade, a vontade de ser, a vontade de viver e construir, mas, também é causa de todos os males e sofrimentos. Realizar, chegar em seu objetivo traçado à duras penas não é fácil, eis que a vontade também pode gerar o egoísmo. Olhar para sua própria vontade e não voltar o semblante para o vulnerável com um olhar piedoso é a razão de todos os males. Levar a vontade para o campo da piedade é o elemento básico para a moralidade. Colocar na visão da janela que se descortina a nossa frente, a simpatia ou a piedade é o elemento básico da moralidade.
Este é o grande desafio para quem governa. Quem comanda aquilo que não lhe pertence tem que ser muito melhor para os outros indivíduos em detrimento de sua própria vontade. Citando novamente Schopenhauer:
“Até o grau de simpatia que um indivíduo tenha pelo outro, ele não agirá para sai mesmo, porém, para os outros; e será bom assim. O indivíduo tem que renunciar a sua vontade, para palmilhar a estrada que conduz à indulgência; o auto sacrifício traz felicidade e paz, e isso pode obter-se se pensarmos um momento que cada indivíduo é uma parte do todo, da vontade universal, da qual também se faz parte.”
Lógico, que como ser humano, por mais que se busque a santidade, esta não foi feita para qualquer um. Porém, agir e colocar a sua vontade para o coletivo, com boas intenções, respeitando as leis morais, o ato é bom. Sempre será inevitável a presença das críticas, muitas de extrema maldade, porque todo indivíduo preza pela sua reputação e não deseja que seus concidadãos o condenem. Mas o Bem e o Mal existem está aí para perturbar, porém, se sua vontade estiver permeada pelo propósito do Bem, tiver boas intenções, respeitando as leis morais, o ato sempre será bom. O Bem é aquilo que atende aos objetivos do grupo e do indivíduo que pertence a esse grupo. Quem governa olha o grupo indistintamente, O indivíduo é um fim e não um meio, mas, considerando cada indivíduo, estaremos considerando o bem estar do grupo. O indivíduo como unidade social, é a última medida do Bem e do Mal. Aquele que quer enriquecer a sua vida deve, necessariamente, enriquecer a todos.
Estamos diante de um descortinar diferente de tudo que esta geração já viu desafios incontáveis, doenças insanas, descontentamentos, pobrezas, escolas paradas, desobediências civis, aproveitadores inescrupulosos de ocasião, crianças e adultos presos diante das morbidades. Todos somos passageiros de um trem em movimento!
Que além da visão de nossa janela, Deus salve e abençoe os prefeitos eleitos diante deste grande desafio que é governar para todos!
Izaura Varella
Cidadã Cianortense