Brasil terá produção 100% nacional de insulina glargina até 2035

Parceria entre Biomanguinhos, Biomm e farmacêutica chinesa prevê transferência de tecnologia e independência na produção do hormônio

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) firmou uma parceria estratégica para suprir a crescente demanda nacional por insulina. O acordo, assinado com a empresa brasileira Biomm e a farmacêutica chinesa Gan&Lee, permitirá a transferência de tecnologia para a produção integral da insulina glargina no Brasil, reduzindo significativamente a dependência do país em relação a importações.

Atualmente, cerca de 20 milhões de brasileiros convivem com o diabetes tipo 2, o que representa 10,2% da população. Para atender essa demanda, o Ministério da Saúde estabeleceu uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com previsão de entrega de 20 milhões de frascos do medicamento ainda em 2025. Inicialmente, a insulina será embalada no Brasil, na fábrica da Biomm, em Nova Lima (MG), reativando a produção nacional após duas décadas de inatividade no setor.

O projeto também prevê a produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) na planta da Fiocruz localizada em Eusébio (CE), que se tornará a primeira fábrica de insulina da América Latina. O objetivo é garantir autonomia na produção do medicamento e segurança no abastecimento da rede pública de saúde.

Ao longo dos próximos 10 anos, a meta é alcançar a capacidade de produção de até 70 milhões de unidades por ano, suprindo completamente a demanda nacional por insulina glargina. A iniciativa é considerada um marco para a saúde pública e a indústria farmacêutica brasileira, fortalecendo a soberania tecnológica do país no setor.

Fonte: Agência Brasil (Douglas Corrêa)