Uso da inteligência artificial na educação exige responsabilidade e ética

Especialistas alertam para desafios no aprendizado e necessidade de equilíbrio no uso da tecnologia

O uso da inteligência artificial (IA) entre estudantes tem crescido rapidamente. Um estudo da National Literacy Trust mostrou que a porcentagem de jovens entre 13 e 18 anos que utilizam IA generativa aumentou de 37,1% em 2023 para 77,1% em 2024. Esse avanço intensificou debates sobre os impactos da tecnologia na educação.

Na edição de 2025 da Bett Show, maior evento mundial de educação, realizado em Londres, a IA foi o principal tema discutido. Educadores apontaram tanto benefícios quanto desafios do uso dessa tecnologia no ambiente escolar.

Impacto no aprendizado e na criatividade

Para James Woodhouse, líder de disciplina de Ciência da Computação da Save My Exams, a IA pode ajudar os alunos na revisão de conteúdos e na produção de textos, mas apresenta riscos. “Ferramentas como o ChatGPT criam oportunidades inovadoras, mas podem gerar dependência e levantar questões éticas sobre plágio e originalidade”, afirma.

Celso Hartmann, diretor-executivo da Rede Positivo, destaca que a IA deve complementar, e não substituir, o pensamento crítico e a criatividade dos alunos. “O conhecimento adquirido na escola é fundamental para que os estudantes possam questionar e melhorar os conteúdos gerados pela tecnologia”, ressalta.

O uso responsável da IA também exige atenção a questões éticas. Hartmann reforça a necessidade de ensinar os alunos a citar fontes corretamente, respeitar direitos autorais e utilizar a tecnologia de forma produtiva. “A escola tem o papel de garantir que essas ferramentas não comprometam a autonomia intelectual dos estudantes”, pontua.

IA como apoio ao trabalho docente

Além dos estudantes, os professores também se beneficiam da IA para otimizar o ensino. Ferramentas como ChatGPT, HeyGen, Gamma e DeepSeek auxiliam na criação de materiais didáticos, correção de provas e personalização do aprendizado.

Nas escolas da Rede Positivo, a IA é usada para identificar dificuldades individuais dos alunos e sugerir atividades personalizadas. “A tecnologia permite um acompanhamento mais preciso, tornando as estratégias pedagógicas mais eficazes”, explica Hartmann.

Heloisa Carneiro Bastos, diretora do Colégio Jardim das Nações, em Taubaté (SP), acompanhou a Bett Show e reforça que “o professor é insubstituível”. Com 50 anos de experiência na educação, ela defende que a interação humana é essencial para a aprendizagem. “A IA pode facilitar processos administrativos, mas a missão do professor continua sendo ensinar”, conclui.

Sobre o Colégio Positivo

O Colégio Positivo é referência no setor educacional, com 20 unidades nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Atendendo cerca de 16,5 mil alunos, a instituição se destaca pelo compromisso com a formação ética e a excelência no ensino, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.