IFF/Fiocruz vai apoiar 75 maternidades para reduzir mortalidade materna

Ministério da Saúde investirá R$ 24 milhões em programa até 2025; foco será qualificar atendimento e fortalecer atenção humanizada

O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) vai liderar a qualificação de 75 maternidades brasileiras com as maiores taxas de mortalidade materna. A iniciativa, anunciada nesta sexta-feira (28) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, integra o esforço nacional para enfrentar esse grave problema de saúde pública.

A ação faz parte da Rede Alyne — novo modelo de cuidado lançado em 2024, que substitui a Rede Cegonha — com foco na promoção de um atendimento humanizado e integral a gestantes, especialmente mulheres pretas e em situação de vulnerabilidade. O objetivo é ambicioso: reduzir em 25% a mortalidade materna geral até 2027, e em 50% entre mulheres pretas.

O investimento federal previsto é de R$ 24 milhões ao longo de 2025. Do total de maternidades beneficiadas, 25 estão ligadas a hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), enquanto as demais são vinculadas a redes municipais, estaduais ou instituições filantrópicas conveniadas.

Durante visita ao IFF, no Rio de Janeiro, Padilha assinou o acordo de cooperação técnica que formaliza o plano, além de um estudo preliminar sobre possível integração entre o Hospital Federal da Lagoa e o IFF, dentro do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais.

“A estrutura física é importante, mas muitas vezes o problema está no acolhimento da gestante, na integração com a atenção básica, na falta de orientação ou até no desconhecimento do espaço onde ela vai ter seu filho”, explicou Padilha, ressaltando que a capacitação das equipes será feita presencialmente e por telessaúde.

Fundado em 1924, o IFF/Fiocruz é referência nacional em saúde da mulher, da criança e do adolescente. O Instituto abriga o Centro de Referência Nacional da Rede Global de Bancos de Leite Humano e é reconhecido como Hospital Amigo da Criança pela OMS, Unicef e Ministério da Saúde.

Segundo dados de 2022, a razão de mortalidade materna no Brasil foi de 57,7 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. Entre mães pretas, esse número foi quase o dobro: 110,6. A meta do governo federal é reduzir esse índice a 30 até 2030, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Fonte: Agência Brasil