Tecnologia otimiza produção e distribuição de energias renováveis no país
A transição energética é um desafio global que exige a substituição de fontes não renováveis por alternativas sustentáveis. No Brasil, essa mudança é estratégica, pois o país possui abundância de recursos naturais e potencial para um desenvolvimento sustentável. Nesse cenário, a inteligência artificial (IA) surge como um fator determinante para otimizar a produção, distribuição e consumo de energia renovável.
Atualmente, 49,1% da matriz energética brasileira é composta por fontes renováveis, segundo o Ministério de Minas e Energia. A adoção de IA pode ampliar esse percentual, tornando o setor mais eficiente. Empresas do ramo já demonstram interesse: um estudo de consultoria em transformação digital revelou que 67% das companhias do setor pretendem aumentar investimentos em tecnologia nos próximos dois anos.
A italiana Enel, por exemplo, já utiliza IA para melhorar a eficiência da geração de eletricidade a partir de fontes limpas, como solar e eólica. O impacto dessa tendência é evidente: um levantamento da Research and Markets estima que o mercado global de IA para energia crescerá de US$ 5,9 bilhões em 2024 para US$ 17,7 bilhões até 2029, com uma taxa de retorno anual de 24,54%.
A IA permite avanços como a análise de grandes volumes de dados para prever falhas e otimizar a manutenção preditiva. Além disso, contribui para a redução de custos operacionais e o desenvolvimento de redes inteligentes, que ajustam automaticamente a distribuição de eletricidade em tempo real, melhorando a confiabilidade do sistema.
No Brasil, a regulamentação da IA também avança. O Projeto de Lei 2.338/2023, aprovado pelo Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados, estabelece regras para garantir segurança, transparência e inovação no setor energético. O texto classifica sistemas de IA em infraestruturas críticas, como redes elétricas, como de alto risco, reforçando a necessidade de regulamentação e monitoramento.
Com investimentos estratégicos e marcos regulatórios adequados, o Brasil tem o potencial de se tornar um líder global na transição energética. A combinação entre vastos recursos naturais e tecnologias inovadoras posiciona o país como protagonista dessa revolução sustentável.
Fonte: Marcelo Mendes, gerente geral da KRJ Ind. e Com. Ltda.
