Brasil bate recorde na venda e importação de carros elétricos

Setor cresce 89% em 2024, impulsionado por infraestrutura e novos modelos

O mercado de carros elétricos no Brasil segue em forte expansão. Em 2024, as importações do segmento atingiram quase US$ 1,6 bilhão, um aumento de 107,7% em relação ao ano anterior, segundo dados da Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No mesmo período, as vendas internas cresceram 89%, totalizando 177.538 unidades comercializadas, conforme a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Especialistas atribuem esse crescimento à ampliação da infraestrutura de recarga, à maior oferta de modelos e ao avanço tecnológico, fatores que devem continuar impulsionando o setor em 2025. Segundo Rogério Marin, CEO da Tek Trade e especialista em comércio exterior, a entrada de novas montadoras no Brasil, como Zeekr e Denza, além do fortalecimento de marcas já estabelecidas, como BYD e GWN, deve manter o ritmo acelerado do mercado.

Infraestrutura de recarga impulsiona setor

A expansão dos eletropostos tem sido um fator-chave para a adoção dos veículos elétricos no país. Segundo a ABVE, a quantidade de pontos de recarga cresceu significativamente em 2024, ultrapassando 12 mil unidades. Esse aumento reduz a preocupação com a autonomia dos veículos, tornando a opção mais viável para motoristas dentro e fora dos grandes centros urbanos.

Com o crescimento da rede de recarga, montadoras também têm investido em veículos híbridos plug-in, que combinam motores elétricos e a combustão, ampliando as opções para o consumidor brasileiro.

Benefícios econômicos e ambientais atraem consumidores

A procura por alternativas mais sustentáveis tem impulsionado a popularização dos carros elétricos no Brasil. Em 2024, São Paulo liderou os emplacamentos com 56.819 unidades, seguido por Brasília (16.061), Rio de Janeiro (12.841), Paraná (12.056) e Santa Catarina (11.500).

Além do impacto ambiental reduzido, os veículos elétricos oferecem vantagens econômicas. O custo de abastecimento é menor em comparação aos combustíveis tradicionais, e a manutenção é mais barata, já que esses automóveis possuem menos peças móveis.

Outro fator que contribui para a queda dos preços é a redução do custo das baterias. Segundo a BloombergNFE, o valor de 1 kWh de bateria caiu de US$ 806 em 2013 para US$ 115 em 2024, e a tendência é que chegue a cerca de US$ 50 entre 2027 e 2030. Esse avanço deve tornar os carros elétricos mais acessíveis do que os modelos a combustão antes do fim da década.

“Acredito que, nesse ponto, a migração para os veículos elétricos será irreversível, pois além do menor custo operacional, os preços de aquisição também serão mais vantajosos”, conclui Rogério Marin.