“Brain Rot”: O Impacto do Consumo Digital na Saúde Mental e Cognitiva

Termo eleito pela Universidade de Oxford destaca a urgência de repensar nosso relacionamento com a tecnologia.

A expressão “brain rot” – traduzida como “cérebro apodrecido” – foi escolhida como a palavra do ano de 2024 pela Universidade de Oxford. Popular entre os jovens nas redes sociais, o termo reflete as consequências negativas do consumo excessivo de conteúdos digitais superficiais, que afetam a saúde mental, a criatividade e as habilidades cognitivas.

Essa escolha traz à tona um debate relevante: como equilibrar o uso da tecnologia, que aproxima pessoas e facilita a comunicação, com a necessidade de preservar a saúde mental e o bem-estar? Estudos apontam que o “brain rot” não é apenas uma questão individual, mas um problema que afeta também interações sociais e dinâmicas organizacionais, comprometendo a capacidade de resolver problemas e inovar.

Efeitos do “Brain Rot” no Cotidiano e no Trabalho

De acordo com o Newport Institute, impactos como ansiedade, dificuldade de concentração e queda na produtividade podem ser revertidos. Estratégias incluem reduzir o tempo de exposição às telas, priorizar atividades que promovam propósito e criar ambientes psicologicamente seguros.

Nas organizações, o conceito de “cérebro apodrecido” está relacionado à pressão por resultados e ao excesso de estímulos digitais. Segundo o State of the Global Workplace Report 2024, apenas 23% dos trabalhadores globais estão engajados em suas funções, enquanto 44% relatam altos níveis de estresse diário. Esses dados reforçam a urgência de ações que promovam saúde mental e sustentabilidade no trabalho.

Segurança Psicológica: Uma Solução para o “Brain Rot”

Um dos caminhos para combater os efeitos do “brain rot” nas empresas é promover segurança psicológica, que consiste em criar um ambiente onde as pessoas se sintam à vontade para expressar ideias, discutir dificuldades e reconhecer falhas sem medo de retaliação. Ao integrar segurança psicológica e práticas de consumo digital consciente, é possível recuperar a criatividade, o engajamento e o bem-estar dos indivíduos, beneficiando tanto pessoas quanto organizações.

Mais do que uma palavra do ano, “brain rot” é um alerta para refletirmos sobre como a tecnologia está moldando nossas vidas. Ao abraçar práticas equilibradas e incentivar o diálogo sobre os impactos do digital, criamos um futuro mais saudável e produtivo.

Patricia Ansarah é psicóloga organizacional e precursora do conceito de segurança psicológica no Brasil. Com mais de 20 anos de experiência em RH, ela fundou um instituto dedicado a promover o bem-estar e o desenvolvimento organizacional por meio da segurança psicológica.

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