
Produtor e artesão contam com o apoio do Sebrae para recuperar o solo e resgatar a arte ancestral da região
No coração da Amazônia, duas histórias de preservação e empreendedorismo ganham destaque. José Cunha, produtor agrícola de Mojuí dos Campos (PA), e Jefferson Paiva, artesão ceramista de Santarém (PA), utilizam a sustentabilidade e a valorização cultural como pilares de seus negócios. Com apoio do Sebrae, ambos têm promovido a integração entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, contribuindo para colocar a bioeconomia amazônica em destaque na rota da COP30.
Sustentabilidade no solo amazônico
José Cunha, de 59 anos, transformou uma área degradada em um terreno fértil utilizando o Sistema Agroflorestal. Combinando árvores e culturas agrícolas, como bananeiras, jerimuns e andiroba, o agricultor recuperou o solo e adotou práticas como compostagem e produtos biológicos. Ele também utiliza tecnologia da Embrapa para o cultivo do açaí, facilitando a colheita e ampliando a produção.
A parceria com o Sebrae é de longa data. Desde 2005, Cunha participa de programas como o PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) e lidera iniciativas como a Associação Tapajós Orgânicos. A organização reúne 23 produtores que comercializam alimentos orgânicos em feiras e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “O Sebrae sempre foi meu parceiro. Quero continuar defendendo os orgânicos e a agricultura sustentável”, afirma Cunha.
Cerâmica que resgata a ancestralidade
Jefferson Paiva, de 42 anos, mantém viva a tradição da cerâmica tapajônica e marajoara, que remonta a mais de 6 mil anos. Produzindo réplicas detalhadas de peças indígenas, como vasos e utensílios, o artesão combina técnicas tradicionais e inovação, garantindo que cada peça traga a essência da cultura amazônica.
Com o apoio do Sebrae, Paiva expandiu sua arte para o Brasil e o mundo. Suas peças estão no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) e foram expostas em eventos como a Feira do Artesanato do Círio, atraindo clientes até da Tailândia. Recentemente, foi convidado para expor no Museu do Louvre, em Paris. “A parceria com o Sebrae abre portas para que a nossa cerâmica alcance novos espaços e valorize a ancestralidade da Amazônia”, destaca.
Bioeconomia na rota da COP30
Ambos os projetos refletem o potencial da bioeconomia amazônica e contribuem para debates que ganharão força na COP30, prevista para ocorrer em Belém. Enquanto José Cunha aposta na agricultura sustentável como forma de proteger o meio ambiente, Jefferson Paiva preserva a memória cultural da região, levando a arte ancestral para o mundo.
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Fonte: Reportagem adaptada por Alanda Matos.