Brasil registra aumento de 8% na coleta de células-tronco de medula óssea em 2024

Crescimento reflete esforços do SUS e do Redome, que já conta com mais de 5,9 milhões de doadores cadastrados. Novo aplicativo facilita cadastro e acompanhamento.

O Brasil atingiu um marco significativo na coleta de células-tronco de medula óssea em 2024. Entre janeiro e novembro, foram disponibilizadas 431 amostras para transplantes, um crescimento de 8% em comparação ao total registrado em 2023 (398). Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde e destacam também o aumento do número de novos doadores, que saltou de 119 mil em 2022 para 129 mil até novembro de 2024.

Esforços conjuntos e tecnologia a favor da doação

O aumento é resultado de campanhas de conscientização e cadastramento conduzidas pelo Ministério da Saúde, em parceria com hemocentros estaduais e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que coordena o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

O Redome, terceiro maior registro do mundo e o maior com financiamento exclusivamente público, desempenha papel fundamental no processo. Além disso, o aplicativo Redome tem sido uma ferramenta valiosa, permitindo que doadores realizem o pré-cadastro, acompanhem suas etapas no sistema e até obtenham a carteirinha de doador.

Transplantes que salvam vidas

O transplante de medula óssea é crucial no tratamento de mais de 80 doenças graves, como leucemias, linfomas, mielomas múltiplos e doenças do sistema imunológico. O procedimento substitui a medula doente por uma saudável, sendo a única esperança para muitos pacientes.

Ainda assim, grande parte dos pacientes não encontra um doador compatível dentro da família, necessitando recorrer ao Redome. Estima-se que 70% a 75% dos transplantes no Brasil sejam realizados com doadores identificados por meio do registro.

Como ser um doador de medula óssea

Interessados em se tornar doadores devem ter entre 18 e 35 anos, estar em boas condições de saúde e apresentar um documento oficial com foto. O cadastro permanece ativo até os 60 anos, e a primeira etapa consiste em realizar uma coleta de 10 ml de sangue para análise genética (HLA).

Os doadores devem comparecer ao hemocentro mais próximo, onde receberão orientações detalhadas sobre o processo.

Próximos passos e importância da doação

Com o aumento no número de doadores e a qualificação de cadastros, o Brasil dá passos importantes na ampliação do acesso ao transplante de medula óssea. O uso de tecnologias avançadas pelo Redome para identificar doadores compatíveis reforça o compromisso do sistema público de saúde em salvar vidas.

Fonte: Agência Brasil