Pesquisadora e ambientalistas discutem soluções para evitar problemas com resíduos de tecnologias renováveis na COP30
Com a aproximação da COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), cresce o debate sobre o destino de materiais usados em tecnologias de energia limpa, como turbinas eólicas e painéis solares, após o fim de sua vida útil. A pesquisadora Beatriz Luz, presidente do Instituto Brasileiro de Economia Circular, destacou durante o festival REC’n’Play, em Recife, a importância de planejar o ciclo completo desses materiais para evitar novos problemas ambientais.
A lógica da economia circular, que propõe a reutilização, recuperação e reciclagem de recursos, pode impulsionar o combate às mudanças climáticas, avalia Luz. “Essa é uma estratégia para a regeneração do planeta, proteção da biodiversidade e redução da poluição e resíduos”, afirma. Segundo ela, a implementação dessa abordagem requer uma mudança na forma de produzir e consumir, apoiada por diretrizes públicas e incentivos para o desenvolvimento de produtos sustentáveis.
Desafios e Responsabilidades para Indústrias de Energia Limpa
Luz ressalta que, em países europeus, já há leis que obrigam os produtores de energia limpa a se responsabilizarem pelo descarte seguro dos equipamentos, como painéis solares. A ausência de políticas semelhantes no Brasil pode deslocar o problema dos combustíveis fósseis para uma nova questão de resíduos. “Se não houver planejamento, eliminamos um problema e criamos outro,” alerta a pesquisadora.
Financiamento Internacional para Economia Circular
Arno Behrens, economista ambiental do Banco Mundial, destacou a necessidade de que bancos multilaterais financiem ações de circularidade para acelerar as metas climáticas. Para ele, a economia circular tem um potencial significativo para reduzir emissões de CO₂, contribuindo com cortes adicionais de mais de 7% até 2030, complementando a transição para energias renováveis.
Brasil como Referência para Sustentabilidade na América Latina
O finlandês Kari Herlevi, especialista em sustentabilidade, destacou que o Brasil pode servir de “holofote” para a América Latina, promovendo soluções locais em inovação sustentável que inspirem o mundo. Herlevi elogiou o Brazilian Circular Hotspot, organizado no Recife, como uma plataforma para destacar as soluções tropicais do Brasil que podem ser exemplo na COP30.
Fonte: Agência Brasil