InfoGripe revela estabilidade em vários estados, mas quatro ainda apresentam alta
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou uma tendência de queda nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associada à covid-19 em grande parte do país, principalmente na região centro-sul. Entretanto, quatro estados – Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Tocantins – registram aumento nos casos de SRAG, especialmente entre idosos, crianças e adolescentes até 14 anos. Os dados foram divulgados no boletim InfoGripe desta quinta-feira (24).
Segundo o boletim, tanto a tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto a de curto prazo (últimas três semanas) apresentam sinais de queda no cenário nacional. A pesquisa utiliza dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), referentes à Semana Epidemiológica 42, entre 13 e 19 de outubro.
Covid-19 em queda, mas SRAG avança em alguns estados
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, destaca que o país enfrentou uma onda recente de covid-19, que teve início na Semana Epidemiológica 32. Porém, nas últimas semanas, já se observa uma queda nos casos, especialmente na região centro-sul. Pernambuco e Acre, por exemplo, registram sinais de interrupção no crescimento, enquanto estados como Mato Grosso e Paraíba mostram leve aumento nas hospitalizações de idosos.
O boletim também apontou alta de SRAG entre crianças e adolescentes até 14 anos, especialmente no Espírito Santo e Tocantins. Em ambos os estados, o vírus responsável pelos novos casos de SRAG entre os jovens ainda não foi identificado, podendo ser o vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus ou metapneumovírus.
Capitais e medidas preventivas
Entre as capitais, João Pessoa, Manaus e São Luís têm registrado aumento de casos de SRAG. Tatiana Portella reforça a importância do uso de máscaras em ambientes fechados e aglomerados para moradores dessas regiões. Ela recomenda que todos usem máscara ao apresentarem sintomas gripais, como coriza, tosse e febre, para evitar a transmissão de vírus respiratórios.
Além disso, a pesquisadora ressalta a importância de manter a vacinação contra a covid-19 em dia, especialmente entre os grupos de risco.
Dados do ano epidemiológico 2024
Até o momento, o ano de 2024 registrou 147.782 notificações de SRAG, com 47,3% dos casos testando positivo para algum vírus respiratório. Entre os positivos, 19% são de Sars-CoV-2 (covid-19), 36,9% de vírus sincicial respiratório e 25,4% de rinovírus. A Fiocruz alerta que os dados recentes ainda podem sofrer alterações devido ao processo contínuo de notificação e atualização dos resultados laboratoriais.
Óbitos por vírus respiratórios
Em 2024, foram registrados 9.040 óbitos associados a SRAG, dos quais 51,7% testaram positivo para algum vírus respiratório. Destes, 52% foram causados pela covid-19, seguido de 28,4% por influenza A. Nas quatro últimas semanas, a prevalência entre casos positivos foi de 61,8% para Sars-CoV-2, indicando a covid-19 como o principal vírus responsável por mortes recentes.
Fonte: Agência Brasil