Brasil pode retomar certificado de país livre do sarampo em novembro

Comissão da OMS visitará o Brasil para avaliar status da eliminação da doença após dois anos sem casos autóctones.

O Brasil receberá, no dia 4 de novembro, a Comissão Regional de Monitoramento e Verificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita, que definirá se o país poderá retomar o certificado de área livre do sarampo. O encontro ocorrerá em Brasília e será a quarta visita do grupo, que é vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), para monitorar a situação das doenças no continente.

O país havia conquistado o certificado de eliminação do sarampo em 2016, mas a reintrodução do vírus em 2018, devido a baixas coberturas vacinais e casos importados, levou à perda da certificação. Desde então, o Ministério da Saúde trabalha em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para implementar medidas de vigilância, vacinação e comunicação social para erradicar novamente a doença.

Avanços no combate ao sarampo

Segundo Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), o Brasil avançou significativamente desde 2023, quando foi reclassificado de “endêmico” para “pendente de reverificação”. Desde junho de 2021, nenhum caso autóctone de sarampo foi registrado no país, e, até o momento, apenas dois casos importados foram identificados em 2024, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.

Esses dados indicam que o Brasil está há dois anos sem a circulação do vírus, o que abre caminho para a possível recertificação como país livre do sarampo.

Recomendações e ações futuras

Em 2023, a comissão fez uma série de recomendações ao Brasil, que foram cumpridas, como a intensificação da vacinação em áreas de alto risco e a modernização dos sistemas de informação sobre vacinação. O Ministério da Saúde também deve publicar em outubro um novo plano de ação, focando na manutenção da eliminação do sarampo e da rubéola.

Além disso, será instituído o Dia S, uma mobilização nacional dedicada à vacinação e busca ativa de casos de sarampo. Segundo Gatti, a eliminação da doença requer, além da vacinação, um sistema de vigilância robusto para garantir que o país não volte a enfrentar surtos como o de 2018.

Fonte: EBC