Nos tempos da fundação da cidade de Cianorte, na década de 50, nas cidades do interior, era rara a presença das igrejas de outras confissões religiosas, predominando a presença absoluta de cristãos que professavam a fé católica. Nos primeiros anos, a ansiedade dos pioneiros cianortenses, estava fixada na prática da religião católica, embora não demorou para ser implantado aqui um grupo de confissão luterana e espírita.
Em 1.953, em plena selva que cobria esta imensa região do Norte Novíssimo do Paraná, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná abriu um núcleo urbano entre Cruzeiro do Oeste e Maringá que deu origem à cidade de Cianorte. Logo se deu o povoamento com pioneiros vindos de diversas partes do Brasil. Toda esta região de católicos praticantes pertencia à Paróquia de São João, de Peabiru. Os primeiros habitantes sentiam a necessidade de um atendimento religioso mais próximo. A cidade começava a despertar com as primeiras construções em meio aos troncos da mata nativa, derrubados e espalhados pelas ruas e avenidas.
O antigo Hospital Nossa Senhora de Fátima, hoje Santa Casa – Fhundospar, na Rua Piratininga, estava sendo construído pelos primeiros médicos Dr. Ramon Máximo Schulz e Dr. Ovídio Luiz Franzoni, um pequeno prédio de madeira. Ali, no pátio do futuro hospital, no dia 26 de Julho de 1.953 com singeleza e simplicidade a Primeira Missa foi celebrada pelo Padre Walter Zimoski, Coadjutor da Paróquia de Peabiru. Ele pertencia à Congregação do Verbo Divino e era o Vigário Paroquial. Foi auxiliado na celebração pelo garoto Virgilino Ferreira Varella como o primeiro coroinha, estudante do Colégio Cristo Rei de Jacarezinho, dirigido pelos Irmãos Maristas que veio para a inauguração da cidade.
Ao redor do local foi feita uma parede de folhas de palmito, colhidas da mata ao redor, erguido um simples altar e a PRIMEIRA MISSA DE CIANORTE foi celebrada entre os palmitos e galhos recém-cortados, debaixo de uma lona sustentada por troncos de árvores. No simples altar estavam somente os utensílios sagrados que foram usados pelo padre. Como o altar estava desnudo, Ana Maria Manfrinato, pioneira, ofereceu um quadro seu, que representava Nossa Senhora de Fátima com os três pastorinhos e que se encontra conservado e sob os cuidados do Santuário Cianorte. Daí teria surgido a inspiração, possivelmente, para o nome da nossa Paróquia, hoje Santuário Eucarístico Diocesano Nossa Senhora de Fátima. E que também se deu o nome ao pequeno e primeiro hospital da cidade.
Cianorte no dia de sua inauguração teve o privilégio der sido contemplada com a celebração de uma Santa Missa. Semeou-se aí o respeito à religião, a fé em Deus, por isto, hoje cidade tão amada!
Izaura Varella
Pioneira – Historiadora