Especialista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) orienta sobre cuidados a serem tomados
No período de férias e altas temperaturas, as praias e piscinas tornam-se pontos prediletos para momentos de lazer em família e amenizar o calor. Porém, é justamente nesses locais que uma parte do nosso corpo fica especialmente vulnerável: o ouvido. A água facilita a remoção da cera que protege o canal auditivo, o que pode provocar irritações no canal externo e levar a um quadro de infecção ou inflamação, o que na medicina tem o nome de otite externa.
No verão, esses problemas são mais frequentes, revela o membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Dr. Edson Ibrahim Mitre.
“A otite externa ocorre pela contaminação da pele do conduto auditivo externo, que acaba edemaciando (inchando), causando prurido (coceira), dor, oclusão do canal com consequente diminuição da audição e, eventualmente, presença de secreção purulenta ou fungos na região”, esclarece o médico.
Segundo Mitre, além da dor, coceira, descamação e a sensação de ouvidos abafados ou diminuição da audição são indicadores mais comuns de quem sofre de otite externa. Mesmo que o incômodo seja leve, a avaliação de um médico otorrinolaringologista é necessária para diagnóstico do estágio desse problema.
Caso os sintomas apareçam, o especialista da ABORL-CCF ainda recomenda algumas medidas emergenciais: “para a dor, indicamos o uso de um analgésico simples e, se for notada a presença de secreção de qualquer natureza no ouvido, deve-se afastar completamente o contato com água e protegê-lo com algodão embebido em óleo ou vaselina para bloquear o canal auditivo, durante o banho de chuveiro, até a avaliação médica, mas não se deve mantê-lo ocluído o tempo todo.”
Cuidados
A otite externa pode afetar tanto adultos quanto crianças e a melhor forma de prevenir o problema é reduzir o tempo de exposição dentro da piscina ou mar. “Além disso, evitar o contato excessivo de água com os ouvidos, secando apenas com uma toalha macia ao sair do banho ou piscina, e não tentar introduzir objeto ou instrumento para secagem ou limpeza dos ouvidos”, complementa Mitre.
Para as crianças, que geralmente passam mais tempo nas atividades aquáticas, o otorrinolaringologista recomenda o uso de tampões de silicone moldável para minimizar o risco de entrada de água nos ouvidos.
O médico faz outro alerta para o que não deve ser feito em casos de otite e dores no ouvido. “Jamais introduza qualquer solução, medicamento ou objetos nos ouvidos sem orientação médica especializada. Soluções caseiras, como azeite quente ou água oxigenada, entre outras, podem piorar o quadro de otite e ainda gerar danos irreversíveis aos ouvidos e à audição. E qualquer tentativa de limpeza inadequada pode causar traumas na pele ou mesmo na membrana timpânica, incluindo perfuração”, finaliza.
Sobre a ABORL-CCF
Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade através de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.500 otorrinolaringologistas em todo o país.