CRIANÇAS SEM LIMITES

Não gostaria de ser professora nesta fase da humanidade, pleno século XXI. Os limites do meu século XX se perderam neste século de agora. Nunca me senti oprimida quando ouvia um “não”, para meus desejos, eis que mesmo que meus desejos viessem antes da hora própria de vir. Mas a barreira imposta pelos pais em certas debandadas da vida de criança poderia até não me deixar alegre naquele momento. Também não tinha consciência que o “não” seria bom para mim no futuro. No momento era um mal injusto, mas, foram as negativas que me tornaram forte para vencer as difíceis batalhas que ao longo da vida foram se apresentando, sem pedir licença. Muitas dores enfrentamos hoje com resistência sem mágoa, porque o “não necessário” se fez presente na hora certa.

Vejo as crianças de hoje, principalmente, nas escolas, a resistirem os limites dados pela educação. São limites preciosos que vão nos direcionar para a vida futura, e se hoje deixam mágoas, amanhã podem ser um neutralizante para os “nãos” categóricos que o tempo trás consigo. Percebo também, que os valores morais foram se perdendo dos pais e dos professores.

 Não se fala da Pátria mais com aquela intensidade de antes. A Pátria era intocável e era um tesouro  das crianças brasileiras que se comprometiam defendê-la no ardor do combate. E os professores eram os veículos importantes e insubstituíveis para fazer arder este alento e este amor. Não se cantam mais os hinos pátrios nas escolas, ou cantam muito pouco. A entrada para a sala de aula não tem mais fila que disciplina a entrada; tornou-se atitude desnecessária, e sequer se pede mais licença para entrar, ou cumprimentar o necessário “bom dia, boa tarde, boa noite, com licença, desculpe, até logo”… Se não conseguimos amar a Pátria com ardor vem o desencanto com os valores cívicos… Vai-se à rua para protestar com ideologia de conteúdos pornográficos. Até propagandas dos biscoitos Doritos, nos EUA trouxeram de volta o homossexualismo, desnecessárias, misturando o sabor de comer com o sabor do sexo. Sem valores cívicos e morais a Pátria fica empobrecida. O gênero humano não mais tem sexo definido, visando tão somente o prazer carnal, contrariando as normas da natureza de reprodução da espécie, que só acontece com feminino e masculino. Ficou muito fácil se expor em protestos ridículos, tirando a roupa e usando a Cruz de Cristo para ser ultrajada.

Aí me pergunto: que sociedade é esta que estamos formando e deixando para as gerações vindouras? Há que se continuar pregando a honestidade, o respeito ao outro, retomar a liturgia do cargo dos políticos, a solidariedade e o prazer de sempre servir ao outro, não em seu próprio bem, mas para o outro se sinta bem e seja melhor.

Izaura Varella – Pedagoga

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