UMA PRAÇA CHAMADA AMÂNDIO MATHIAS

AMÂNDIO MATHIAS foi o primeiro jornalista de Cianorte, literalmente, um pioneiro. Assim que foi eleito o primeiro prefeito de Cianorte Amândio foi convidado para ser secretário e contador da Prefeitura. Foi o primeiro na história do município a ocupar este cargo. Amândio era jornalista e foi o fundador do primeiro jornal que circulou em nossa cidade chamado “O Espinho”, crítico e sarcástico, mas muito inteligente. Este jornal era impresso em Curitiba, imagine no ano de 1.955, sem celular, sem telefone, sem computador e estradas sem asfalto! Por isto mesmo, o jornal circulava a cada dois ou três meses e quando chegavam os exemplares na cidade era um efervescência, único veículo de comunicação escrita, além do alto-falante na Praça 26 de Julho e a recém instalada Rádio Porta Voz. Sob seu ponto de vista criticava e comentava tudo o que via na cidade. Amândio Mathias era um homem inteligente, preparado, generoso, além de ser um ‘bon vivant’, divertido, que gostava de caçar, pescar, ficar em roda de amigos. Enfim, foi uma figura folclórica da cidade. Era casado com Gedelsete Souza Mathias (Leda) e tiveram dois filhos: Ubirajara Mathias, que foi piloto da Força Aérea Brasileira e Ubiracy Mathias, Pedagoga.

Bem me lembro de quando morava em frente ao Cianorte Clube, clube que ele acompanhou desde a sua fundação. Amândio foi também Presidente do C.A.F.E. – Cianorte Associação Física e Educativa, nosso primeiro time de futebol, sendo também um de seus fundadores. Fundou também em 1.962 o jornal “A Tribuna de Cianorte”, que existe até os dias de hoje, sob o nome de “Tribuna de Cianorte”. O jornal promovia todos os anos a ”Noite das Personalidades de Cianorte”, comemorada com um baile e orquestra sempre realizada no Cianorte Clube. Onde toda a sociedade fluía, pois, era um evento muito importante e concorrido, na cidade e esperado por todos. Cianortenses eram homenageados por serviços prestados à cidade. Como incentivador do esporte na cidade ele criou “A Corrida de Bicicleta” que sempre acontecia no aniversário da cidade, e esta tradição foi desprezada mais tarde.

Amândio Mathias teve uma morte trágica, pois, quando estava abastecendo seu carro na entrada da cidade, foi assassinado à queima roupa por um homem caloteiro que andava pela zona rural enganando as pessoas e dando golpe, levando sacas de cereais. Amândio divulgou o fato no seu jornal, numa pequena chamada de capa e seu desafeto leu e resolveu matá-lo. Foi uma perda que sensibilizou toda a cidade, um momento muito triste mesmo.

Foi homenageado pela Câmara Municipal através da Lei 674 de 13 de novembro de 1.981 quando, uma Praça na Zona 3 recebeu seu nome.

Memórias da pioneira Izaura Varella