Quando um paciente decide iniciar um tratamento ortodôntico, a primeira dúvida é sobre qual aparelho dentário ele deverá usar. Para definir isso é importante conversar com seu dentista para entender as necessidades do seu caso, alinhar expectativas, tempo de tratamento e comprometimento, além de tomar todos os cuidados necessários para, enfim, chegar ao melhor resultado.
Os avanços tecnológicos na área da Ortodontia caminharam para um sistema de braquetes que permite ao ortodontista atingir resultados surpreendentes, não só nas crianças e adolescentes, mas também nos adultos. Se considerarmos que o osso do adulto não tem a mesma capacidade de remodelação que o osso da criança, podemos entender que o tratamento ortodôntico no adulto é mais limitado. O fato é que o desenvolvimento dos aparelhos auto ligados, tem tornado possível o sonho de muitas pessoas em ter o sorriso dos sonhos.
A combinação do uso de braquetes autoligados e fios ortodônticos de alta tecnologia (Cuniti – cobre, níquel e titânio) é um dos grandes trunfos do tratamento. O baixo atrito dos braquetes, somado a grande diminuição das forças empregadas pelos arcos termoativos na fase inicial, propiciam alinhamento e nivelamento mais rápido e com menos desconforto ao paciente, proporcionando condição de entrarmos em uma fase de trabalho mais cedo.
Podemos dizer ainda, outras vantagens na utilização dessa tecnologia: a agilidade no tratamento, pela facilidade e rapidez da remoção e inserção dos arcos, e a diminuição no acúmulo da placa bacteriana, ao contrário dos elásticos tradicionais já conhecidos. Outra grande vantagem é o espaçamento maior entre as consultas, possíveis em algumas fases do tratamento, contribuindo para uma diminuição significativa no número de consultas realizadas ao longo do tratamento, otimizando a dinâmica de retornos, e diminuindo o número de visitas ao consultório.
Alguns conceitos diferentes, como a desoclusão temporária, (utilizando o levante de mordida), para eliminarmos as interferências dentárias, elásticos precoces no tratamento e o uso de potencializador dos stops, para conseguirmos espaços e minimizar a quantidade de extrações, são procedimentos importantes. No entanto, há casos onde a discrepância é muito grande, e nesses casos, a extração dentária é indicada, favorecendo a harmonização do perfil e da face. Muitas vantagens podem ser percebidas pelos próprios pacientes, por exemplo:
- Redução significativa da força exigida para movimentação dentária, gerando uma diminuição na sensibilidade dolorosa durante o tratamento;
- Menor acúmulo de bactérias, já que o aparelho autoligado não utiliza as famosas borrachinhas;
- Mais conforto, pois, as peças dos braquetes são mais delicadas, o que evita machucados e ferimentos na boca.
- Menos idas ao dentista, principalmente no início do tratamento. As manutenções podem ser feitas em prazos maiores, 45 A 60 dias, o que gera economia de tempo aos pacientes (principalmente aos que estudam e/ou trabalham).
- Pode evitar extrações de dentes permanentes, pois o aparelho possibilita uma maior expansão do arco.
Portanto, os braquetes autoligados são mais uma ferramenta de uso para o ortodontista, que deve tomar os devidos cuidados de uma avaliação cautelosa, além de um estudo detalhado caso a caso e apuração de informações indispensáveis para o sucesso do tratamento.
Colaboração: Dr. Wagner Destéfano
Cirurgião Dentista – CRO 10637