
O escritor e professor paranavaiense, Felipe Figueira, de 31 anos, que já viajou por 25 países, acaba de publicar seu terceiro livro, o “Travessia”, que mostra a situação dos imigrantes venezuelanos no Brasil.
A obra, composta por poemas e fotografias autorais, surgiu depois do retorno do escritor de uma das viagens à fronteira do Brasil com a Venezuela, em outubro do ano passado. Segundo ele, o livro tem este título porque os poemas relatam a travessia sofrida do povo venezuelano para o Brasil.
“Eu retornei a Roraima porque, além dos interesses da pesquisa, eu tinha a curiosidade de saber como estava o local depois de dois anos que estive lá. Esse livro trata, especificamente, sobre a fronteira Brasil/ Venezuela. Então, os relatos são do que vi nas cidades de Pacaraima, no Brasil, e Santa Elena de Uairén, na Venezuela”, explica.
O professor conta que passou cerca de duas semanas na região fronteiriça e o cenário encontrado foi ainda mais precário.
“Por mais que as estruturas do Estado, como exército e Guarda Nacional estejam, relativamente, bem, a cidade de Pacaraima está pior. Muitos daqueles que começaram a entrar no Brasil, se fixaram nos piores lugares e fizeram favelas. Pacaraima é uma cidade que pertence ainda ao território indígena, não está desmembrada e as coisas são muito precárias, por exemplo, não tem esgoto. Então, as pessoas jogam os dejetos nos rios e essa mesma água utilizam para consumo próprio. Isso era inimaginável em Pacaraima há uns três ou quatro anos. Até mesmo na época que fui, não existiam favelas lá.”, destaca Felipe Figueira.
Outra questão apontada pelo escritor, é sobre a questão da criminalidade, que segundo ele, aumentou muito na região. “Apesar dos noticiários, não estarem divulgando muito este problema imigratório venezuelano, a situação piorou. A cidade, que tinha 13 mil habitantes, hoje eu posso dizer que tem mais de 30 mil, fora aqueles que estão de passagem”, diz.
Toda essa situação pela qual a fronteira passa foi registrada em poemas e fotos, pela ótica do escritor, que diz ser apaixonado por literatura. “Desde a minha graduação em história, eu me aproximei da literatura, em especial a poesia e busco transformar em versos, as diversas realidades.”
LANÇAMENTO
O lançamento do livro está previsto para acontecer no mês de fevereiro, no Instituto Tecnológico do Paraná (IFPR), campus de Paranavaí, ainda sem data definida.
SOBRE O AUTOR
Felipe Figueira é professor de História e Pedagogia no IFPR Campus Paranavaí. Tem doutorado em Educação e pós-doutorado em História.
Já tem dois livros publicados, primeiro é “Entre médicos e imigrantes”, que também trata sobre a história da imigração venezuelana, e o segundo é “Nietzsche e o Eruditismo”, segundo ele é uma crítica às pessoas que dizem que simplesmente conhecer é o mais importante.
Fonte: Portal da Cidade Paranavaí / Fotos: Arquivo pessoal – Felipe Figueira